As dívidas dos clubes com a União (Governo Federal) cresceram em 2014. Os maiores clubes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas e Rio Grande do Sul tiveram aumento nos valores devidos em relação a 2013 – Atlético-MG foi o “campeão”, seguido pelos cariocas Fluminense, Botafogo e Vasco.
O UOL Esporte teve acesso ao levantamento feito pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) incluindo o primeiro semestre deste ano: o total devido pelos clubes saltou de R$ 2 bilhões em dezembro de 2013 para R$ 2,18 bilhões. Isso inclui algumas equipes – em sua maioria de menor expressão – que conseguiram reduzir suas dívidas.
O Atlético-MG puxou a fila e, segundo a PGFN, foi o clube que mais aumentou suas dívidas federais, se tornando também o maior devedor da União após o primeiro semestre de 2014 – o número mais do que dobrou: de R$ 120 milhões para R$ 272 milhões.
Em seguida vêm os cariocas Fluminense, Botafogo e Vasco. O clube das Laranjeiras saltou de R$ 90 milhões para R$ 162 milhões; o Botafogo, que enfrenta uma das maiores crises financeiras de sua história, viu sua dívida ir de R$ 166 milhões para R$ 199 milhões; o Vasco, de R$ 135 milhões para R$ 153 milhões.
Dentre os paulistas, o aumento foi bem menor: o Santos viu sua dívida crescer R$ 8 milhões, de R$ 57 milhões para R$ 65 milhões; o Palmeiras, R$ 7 milhões, de R$ 39 milhões para R$ 46 milhões.
O Corinthians tem o maior débito no estado: R$ 142 milhões – o valor, porém, aumentou ‘apenas’ R$ 4,5 milhões em relação a 2013. O São Paulo é dono da menor dívida federal (aproximadamente R$ 7 milhões), que teve aumento de R$ 380 mil.
Os gaúchos mantiveram controle de suas pendências: somadas, as dívidas de Grêmio e Internacional subiram ‘só’ R$ 6,5 milhões. A do Cruzeiro, líder do Brasileirão, saltou de R$ 7,8 milhões para R$ 14 milhões.
Dentre os cariocas, o único que exerceu um controle rígido sobre a dívida federal foi o Flamengo: o valor aumentou R$ 234 mil. É, porém, a segunda maior entre os clubes brasileiros: R$ 253 milhões.
No total, as dívidas dos 12 clubes aumentaram em R$ 300 milhões no primeiro semestre deste ano: de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,5 bilhão, segundo os dados da PGFN.
As dívidas com a União não são as únicas dos clubes brasileiros: existem também as estaduais, municipais, e dívidas bancárias. Para obter Certidões Negativas de Débito, que permitem receber patrocínios públicos e isenções fiscais, as equipes, por vezes, recorrem a empréstimos com bancos para quitar dívidas públicas. Por isso, o controle das dívidas federais não implica, necessariamente, em uma melhor gestão financeira.
Fonte: UOL