A venda de Hernane para o Al-Ittihad se transformou em uma verdadeira novela mexicana. O Flamengo ainda não perdeu a esperança de receber os R$ 7 milhões mesmo o após o clube árabe não cumprir o prazo de pagamento em três oportunidades. Dois meses após o calote, o Rubro-negro evita ir à Fifa, o caminho legal para resolver a questão.
Essa hipótese ainda existe, mas o Flamengo ainda prefere tentar um acordo com o Al-Ittihad antes de recorrer a Fifa. O motivo é simples. Caso a entidade máxima do futebol entre no circuito, o Rubro-negro verá os árabes serem punidos, mas poderá ficar sem a verba da negociação.
O Flamengo quer receber o dinheiro e está disposto a dar nova oportunidade para o Al-Ittihad pagar. Os árabes alegam que tem a verba, mas que sofrem com trâmites burocráticos. Caso o pagamento não seja mais uma vez efetuado, aí sim o Rubro-negro recorrerá a Fifa para que alguma punição ocorra.
A negociação de Hernane causou estranheza nos bastidores do Flamengo e virou alvo de investigação por parte do Conselho Fiscal. Isso porque a diretoria liberou o atacante para realizar exames e assinar contrato antes de qualquer garantia bancária. Em fevereiro, o clube aceitou a proposta de R$ 11 milhões do chinês Shangai Shenhua. Porém, as garantias não chegaram e o Brocador permaneceu na Gávea. O jogador era a certeza de receita com venda de atletas desde o ano passado e teve a sua saída facilitada.
O Flamengo tem direito a 50% pela negociação de Hernane – em torno de R$ 7 milhões. A primeira parcela no valor de R$ 6 milhões deveria ser paga inicialmente até o último dia 17, ficou para o dia 31, depois 5 de setembro, e nada foi depositado.
O caso gerou revolta no clube. O grupo de oposição “Fla Tradição” enviou uma carta aberta ao vice-presidente de futebol Alexandre Wrobel. O documento exige a imediata demissão do diretor executivo Felipe Ximenes e Fernando Gonçalves, ex-diretor da Traffic e responsável por serviços de consultoria no departamento de futebol rubro-negro.
O rival Vasco briga até hoje na FIFA para receber R$ 5,2 milhões pela transferência de Diego Souza ao Al-Ittihad em 2012. Não existe prazo para a solução dos impasses. Com isso, o clube da Gávea se vê sem uma receita considerada imprescindível desde o início da temporada.
Fonte: UOL