Os três clássicos nacionais deste domingo só tiveram em comum, em seus primeiros tempos, o fato de serem três clássicos nacionais.
E, por quê?
Porque, no Maracanã, o Flamengo achou um gol contra de Dedé, em bola que estava praticamente nas mãos de Fábio e, aí, tratou de segurar a pressão do Cruzeiro que, sem Everton Ribeiro, sofre muito no setor de criação.
Mesmo assim, Marcelo Moreno teve uma chance de ouro num peixinho que cabeceou para fora depois de receber um passe, também de cabeça, com açúcar de Egidio que, aliás, colaborou para o gol rubro-negro ao sair jogando e perder a bola, aos 14.
No Beira-Rio, o Inter simplesmente amassou o Fluminense nos primeiros 45 minutos.
A bola rondou a área tricolor o tempo todo e Alex faria um golaço por cobertura sobre Diego Cavalieri não fosse a cabeça salvadora de Bruno, embaixo do travessão.
Mas o 0 a 0 esteve longe de exprimir o que foi o jogo até ali, embora a falta de um artilheiro de verdade seja um problema no Colorado.
Em compensação, no Independência, outro 0 a 0, entre Galo e São Paulo, poderia perfeitamente ter sido, no mínimo, 1 a 1, embora um 2 a 2, coubesse bem na etapa inicial.
Pato, duas vezes, e Michel Bastos uma, fizeram por marcar para o tricolor, assim como Dátolo e Carlos.
Victor e Rogério Ceni não tiveram sossego num belo jogo.
Os segundos tempos começaram com o Inter, com Nilmar em campo, no mesmo ritmo, assim como o Cruzeiro em cima do Flamengo e o visitante São Paulo pra cima do Galo, com duas boas chances em cinco minutos.
Aos 7, no Beira-Rio, D’Alessandro fez um lançamento brilhante para Alex sair na cara de Cavalieri e encobri-lo com extrema categoria para fazer o 1 a 0 que merecia ser 3 a 0. Desta vez não tinha Bruno…
Depois da goleada em Chapecó, o Inter mostrava poder de reação como prometera o Abelão e seguiu em busca de mais gols, com muito mais velocidade e picardia do que quando tem Wellington Paulista ou Rafael Moura.
E, no Maracanã, aos 12, foi a vez de Manoel fazer uma senhora lambança, ao tentar cobrir a bola para saída de Fábio e acabar por ser superado por Canteros que, espertíssimo, fez 2 a 0 para o Flamengo.
Aí, aos 16, Alecsandro, ao receber um tiro de meta, cruzou da direita e Gabriel fez 3 a 0, para estupefação ampla, geral e irrestrita.
O Inter assumia vice-liderança, a seis pontos do Cruzeiro, e via seu terceiro goleiro, Alisson, irmão de Muriel, o segundo goleiro, fazer dois milagres seguidos em cabeçada de Fred e rebote de Conca, no primeiro verdadeiro ataque carioca.
Depois, aos 33, outra vez o goleiro evitou um gol de Wagner.
Por que o Flu, que caía para o oitavo lugar, não jogou assim desde o primeiro minuto?
Aos 40, bola cruzada da direita,por Conca, Fred sobe e, adivinhe?
Gol do Flu, para frustar o Inter e devolvê-lo ao terceiro lugar.
Mas o que é do homem o bicho não come.
D’Alessandro recebeu de costas na intermediária e deu para Valdivia como só ele sabe dar e adivinhe?
Inter 2 a 1, outra vez na vice-liderança, como, sejamos justos, era mais que justo pelo que fez no clássico, numa reação elogiável depois dos 5 a 0.
Não sei.
Confesso que, nestas alturas, não conseguia nem olhar para o jogo em BH, onde, caso o São Paulo vencesse, ficaria a quatro pontos do líder.
Quando olhei, o Galo pressionava muito e, aos 26, uma rápida troca de bola do Galo culminou com um passe na medida de Alex Silva para Luan fazer 1 a 0 e Cléber Machado gritar gol.
O Galo voltava ao G4 e o Grêmio saía.
Não sei dizer se era justo, mas sei que 0 a 0 o jogo não poderia ser.
Sei, também, que o São Paulo foi à luta e apertou o Galo.
E sei, ainda, que a esmagadora maioria dos que foram aos três estádios saíram felizes da vida com os jogos que viram.
Na Bahia, na Fonte Nova, o Bahia perdeu para a Chapecoense por 1 a 0…
Que coisa!
Fonte: Blog do Juca Kfouri