Exorcizando ainda mais um pouco os fantasmas que até bem pouco tempo atrás assombrava nossas idas ao sul do país, vencemos mais uma por lá e conseguimos manter distância segura do epicentro de toda a Confusão que há na Terra. exterminador do futuro
Se não estava dando certo nas trincheiras de batalha e a bola esbarrava em tudo quanto era obstáculo no caminho, teimando em não estufar as redes do Figueirense, fomos sutis e enviamos para a linha de frente, em missão diplomática certeira, o Presidente Nixon. Usando a cabeça, devastou as linhas defensivas inimigas e arrancou os três pontos fundamentais.
Para o episódio de número 28, enfrentaremos o virtual campeão da bagaça. Ainda que volta e meia a equipe mineira tropece e perca alguns pontinhos aqui e acolá, as agremiações que seguem tentando realizar com sucesso a caça à raposa, acabam se enrolando também e a tal distância até varia um pouco, mas nunca que acaba.
Queria ganhar esse treco de logo mais. Bem… Querer ganhar a gente quer sempre. Mas confesso que guardo um pouco de mágoa dos acontecimentos funestos do confronto contra o Cruzeiro no primeiro turno.
O treco foi um circo dos horrores completo. Fomos derrotados em Uberlândia de maneira muito, mas muito fácil mesmo. Com a derrota, oficializamos a nossa estada na zona de rebaixamento por todo o período de paralisação para a Copa do Mundo.
Não bastasse isso, ainda teve direito ao ataque de pelanca do Ximenes no vestiário. O cara tinha acabado de pegar o bonde, mas não se fez de rogado. Além de querer lugar na janela, derrubou a porta do veículo na base da marreta e entrou no vestiário gritando que nem a Louca do Bairro. Lastimável aquela tarde.
O treco foi tão bizarro, que a Fla Mochila mesmo acabou perdendo as estribeiras. Bebeu até não poder mais, cantou o hino a plenos pulmões em bar recheado de cruzeirenses, e até cambalhota no mato à beira da estrada constou da programação da noite dos horrores.
Agora… A vitória contra o Cruzeiro pode até ter uma função estratégica em futuro próximo. Explico: pelo andar da carruagem, pode muito bem pintar um confronto contra os mineiros na Final da Copa do Brasil.
Seria de extremo bom tom que os caras ainda não estivessem com o título do Brasileirão já no bolso. Por motivos óbvios. Dividindo as atenções entre as duas competições, não conseguiriam força total, nem física e nem psicológica, nas duas frentes de batalha.
Lembro que alguém espirituoso proferiu após nossa bela partida contra o São Paulo no Morumbi: “o jogo foi pelo Brasileirão, mas pintou o Campeão da Copa do Brasil”.
Uma vitória logo mais teria a função de não só tentar complicar a caminhada mineira rumo ao provável título, nem que seja só um pouco. Deixaria um recado claro de que a vantagem técnica deles não é exatamente o que mostra a folga na tabela. Mais regulares, sem dúvida. Imbatíveis, de forma alguma. Mesmo porque em mata-mata e com Maracanã incluído no roteiro, sou mais a gente.
Hoje… Quatro da tarde… Flamengo e Cruzeiro fazem, talvez, um preview da Final da Copa.
Não percamos.
Fonte: Falando de Flamengo