Após a conquista da Copa do Brasil de 2013, coisa que ninguém esperava, mesmo muitos dos mais fervorosos flamenguistas, sob a batuta de um rubro-negro legítimo como Jayme de Almeida, o Flamengo entrou o 2014, feliz, confiante e o flamenguista como um todo passou a dar valor a este título nacional.
Jayme devolveu identidade, confiança ao elenco e essa foi umas das chaves do sucesso durante a campanha da Copa do Brasil. Flamengo ainda conquistou o campeonato Carioca mesmo com toda polêmica do jogo final. Porém, o sucesso de Jayme no comando do Flamengo não se refletiu exatamente no ano de 2014 durante o campeonato Brasileiro. Segundo as estatísticas do site Futdados, Jayme teve 5 jogos e obteve só 4 pontos. Um aproveitamento de 26,67%.
Mais um período que a imprensa nacional adora estampar em suas manchetes: “Crise no Flamengo”. Não cabe aqui meu julgamento pessoal mas após um abrupto rompimento com Jayme, o Flamengo contratou Ney Franco. Com Ney no comando foram 6 jogos e apenas 3 pontos obtidos. Um aproveitamento absurdo de 16,67%.
Depois de alguma confusão interna do Clube, temos a volta de outro rubro-negro de coração e gramado no comando: Vanderlei Luxemburgo.
Com Vanderlei foram 23 jogos e 40 pontos obtidos. Um aproveitamento de 57,97%. Porcentagem superior à de alguns Clubes que ocupam as primeiras colocações do campeonato nacional sobretudo, no returno. Novamente não cabe discussão sobre o que poderia ter sido.
Uma eliminação talvez compreensível para alguns, inclusive para o técnico Vanderlei Luxemburgo na Copa do Brasil deste ano e inadmissível para outros, trouxe à tona todas as falhas que a reação extraordinária do time no nacional tinham encoberto mesmo que momentaneamente.
Fato é que é hora de pensar 2015.
Ontem, durante o programa “Bola da Vez” da emissora ESPN Brasil, Vanderlei Luxemburgo disse que colocará todos os jogadores nessas últimas rodadas para saber com quem ele pode contar em 2015.
Disse também que a diretoria, que faz um trabalho elogiável e pioneiro sobretudo, no futebol carioca, de enxugamento e acerto de contas, que o Flamengo estará apto a ter um grande time somente em 2016 mas que para 2015 já podemos esperar resultados melhores e um time superior ao que temos hoje.
Disse uma vez Nelson Rodrigues sobre o Flamengo num exercício de puro reconhecimento porque ele torcia para um dos pequenos do Rio: “Para qualquer um, a camisa vale tanto quanto uma gravata. Não para o Flamengo. Para o Flamengo a camisa é tudo. Já tem acontecido várias vezes o seguinte:- quando o time não dá nada, a camisa é içada, desfraldada, por invisíveis mãos. Adversários, juízes, bandeirinhas, tremem, então, intimidados, acovardados, batidos. Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnicos, nem de nada. Bastará à camisa, aberta no arco. E diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável”.
Já sabemos que não é assim. Nosso manto apesar de poderoso e superior aos demais, não joga sozinho. Ao menos em muitos jogos. E que não podemos continuar flertando com lugares no fim da tabela.
Precisamos de reforços pontuais e um técnico consciente.
Bola para frente e que 2015 seja melhor como aparenta ser nos vislumbres que temos dele agora.
Por Patrícia Castelan (@patycastelan)