Contrato assinado, informação divulgada e mal-estar amenizado. Os últimos dias não foram de leveza no Flamengo devido ao impasse criado com o acordo previamente estabelecido de Vanderlei Luxemburgo no cargo de treinador para 2015. A informação da assinatura do contrato, divulgada nesta terça-feira pelo clube em sua rede social, apaziguou os ânimos por enquanto.
Mesmo com o bom trabalho desempenhado à frente do time nesta temporada, Luxemburgo nunca foi e não é unanimidade dentro da diretoria. As cláusulas sobre direito a camisas e ingressos por jogo, de fato, foram discutidas e vistas como entrave, principalmente pelo setor de marketing, que não via necessidade de as benesses serem protocoladas.
No Conselho Gestor do clube houve conversas sobre a continuidade do técnico, mesmo que o acordo verbal estabelecido indicasse um contrato até o fim de 2015. Houve resistências, mas o presidente Eduardo Bandeira de Mello e o vice-presidente de futebol, Alexandre Wrobel, foram a favor de manter o técnico no comando.
O temor de parte da diretoria, no entanto, é de que na sequência de seu trabalho ele ultrapasse os limites da fronteira de técnico. Por vezes, Luxemburgo já deixou claro que gosta de exercer o papel de manager, tendo influência direta em contratações e chegou a citar Alex Ferguson, ex-Manchester United, como um modelo. Esta barreira, no entanto, é difícil ser superada no Flamengo atual.
No planejamento da diretoria, cabe a Luxemburgo apenas o papel de técnico, com opinião ativa em contratações, mas não o de um dos gestores do departamento de futebol. Essa discussão entrou em pauta, apesar de não agradar tanto ao comandante. Por isso, as recentes declarações de que o Flamengo precisa de um ídolo para 2015 e a cobrança para que a diretoria se posicionasse quanto ao futuro dele geraram um mal-estar interno, com insatisfação.
Contratar um jogador que se torne ídolo da torcida de forma imediata custa alto demais para os cofres. E a calculadora rubro-negra para 2015 aponta um fôlego maior, mas ainda com pés no chão. A ideia é que cerca de oito jogadores do elenco atual sejam negociados para abrir caixa em busca de novos nomes.
Desta maneira, as palavras de Vanderlei após a vitória sobre o Coritiba domingo, no Maracanã, incomodaram por terem sido interpretadas como pressão extra para a próxima temporada. O pedido de posicionamento da diretoria sobre o futuro, no entanto, saiu do papel nesta terça-feira com o anúncio da assinatura de contrato. Bandeira branca, por enquanto, estendida no sempre borbulhante caldeirão da Gávea.
Fonte: ESPN