Grampos telefônicos e espionagem de e-mails parecem ser táticas restritas ao mundo corporativo. Mas, ao menos durante seis meses de 2013, fizeram parte da realidade do Flamengo. Quando tomou posse, a diretoria contratou uma empresa para fazer mapeamento de todos os dados que circulavam no clube e a quem eles chegavam. Uma medida que acabou vindo à tona em forma de denúncia na conturbada reunião do Conselho Deliberativo.
Durante a reunião, terça-feira, onde a cobrança de cota extra foi rejeitada, o conselheiro Marcelo Vargas tornou público o contrato do clube com a By Appointment. Ele argumentou que se o clube não gastasse R$ 21 mil mensais com ela não precisaria cobrar a mais dos sócios para pagar dívidas. Através da assessoria de imprensa, o Flamengo explicou que o vínculo com a empresa, com início em 30 de abril de 2013, durou por seis meses, o que invalida a comparação.
Ainda de acordo com o clube, a By Appointment foi contratada devido à necessidade da então nova diretoria em saber que informações circulavam no clube naquele momento e nas mãos de quem elas estavam indo parar — algo comum em grandes empresas, não no futebol.
Uma cópia do contrato foi entregue ao presidente do Deliberativo, Delair Dumbrosck, que protocolou o documento. Procurado pela reportagem, Delair disse que irá encaminhá-lo para o Conselho Fiscal.
Vale lembrar que um dos sócios da By Appointment, Arthur Alexandre, chegou a trabalhar presencialmente na Gávea. Além dos serviços para os quais foi contratado, que incluía fazer segurança física, ele intermediou a relação entre diretoria e organizadas. Em setembro de 2013, um dos funcionários foi acusado de intimidar um ex-dirigente mostrando sua arma durante confusão no clube.
Fonte: Extra Globo