Time sem centroavante
– No Flamengo é que achamos essa coisa. Aliás, no Brasil. O Barcelona joga sem centroavante e nós achamos bonito. A maior seleção brasileira tinha o Tostão no ataque. Não é porque não tem um guarda de maquete lá na frente que não pode fazer gol. O mais importante foi que eu mudei o esquema, que é a expectativa para a próxima temporada. Posso fazer isso nesses quatro jogos. Coloquei o Pico também na direita, com dois jogadores por trás que não são de marcação, são meias praticamente, com boa saída de bola, e usei quatro jogadores de velocidade na frente sem ficar vulnerável. Houve uma mudança de característica e a resposta foi muito boa.
Nixon
– A gente cobra muito de um garoto uma resposta como um jogador experiente. Tem que ver o talento, se tem condições de avançar. O Nunes foi mandado embora do Flamengo e voltou contratado depois de jogar no Santa Cruz. Alguns são gênios, como Neymar, outros demoram mais.
Lucas Mugni
– Dei várias chances ao Lucas e ele não conseguia fluir como fluiu desta vez. A cobrança traz um fator inibidor. Ele jogou diferente de todas as vezes. Isso acontece naturalmente e acho que está no caminho certo. É muito jovem. Se eu colocasse o Mattheus também seria vaiado antes do jogo. Isso faz parte do futebol, permite mudar a história. Há diversos exemplos de jogador que saiu vaiado e virou ídolo. É ter paciência. Não pode queimar. Quando ele vinha sendo muito criticado, dei uma segurada. Quando o Marcelo estava errando, eu segurei. Tem que fazer esquecer. O Lucas tem potencial, jogou melhor, mas tem muita coisa para acontecer.
Relação com a diretoria
– Quando cheguei, havia desconfiança e, às vezes, é um problema ser verdadeiro. Vira polêmico por não aceitar situações. É um processo democrático, não uma ditadura. Já disse que são duas cláusulas em discussão, mas que não seriam um contratempo para trabalhar como trabalhei. Não existe renovação. Falei que não mudaria uma vírgula do que estava combinado. Falaram que eu queria aumento, que recuei, estava fazendo política. Estou feliz no Flamengo e é publicamente que você fala alguma coisa. Alguém da diretoria deveria vir aqui e falar que existe um consenso para o projeto do ano que vem. Fui contratado pela diretoria na qual não votei na última eleição. Não sou candidato a nada. Nem posso me posicionar politicamente. É uma questão moral. Não tenho envolvimento e nem vou votar ano que vem. Sou funcionário e não tenho direito de me posicionar de forma alguma.
Gols sofridos
– Você pode buscar várias maneiras de fazer uma pergunta. Dizer que agora estou cruzando, fazendo gol de cabeça. Sempre procuram uma situação contestada. Procuro ver mais mérito do que defeito. Se fizéssemos o pênalti, a história seria outra e você não me perguntaria isso. Só vê o lado negativo. Mudamos o esquema, fizemos experiências, mas ficou nos gols que nós tomamos.
Contrato
– Claro que vamos assinar. Já disse que não será problema. É algo criado mais externamente que internamente. Não teve problema até porque estou recebendo as camisas e os ingressos. Se eu sair amanhã ou optar por não continuar em janeiro, há uma cláusula que permite rompimento do clube e do Vanderlei. Isso é cumprir o contrato.
Nome gritado no Maracanã
– A torcida tem identificação. Todo mundo sabe que sou Flamengo, nunca escondi. Acho legal gritar meu nome, fico satisfeito, mas gostaria que a torcida tivesse um ídolo no time. Técnico não pode ser ídolo de nada. De Luxemburgo para Luxemburro é só trocar o “g” pelo “r”. Queremos construir um ídolo, que traz coisas diferentes. Isso é uma das buscas que temos com a diretoria.
Reformulação
– A análise é criteriosa. Tem que ver quem vai aproveitar, a filosofia que foi implantada. Fiquei pasmo com a repercussão quando disse que meu time estava rebolando no jogo com o Sport como se não fosse o linguajar do futebol. Ficou todo mundo nervoso. Nunca joguei em Recife contra um Sport tão fragilizado. Jogador do Flamengo não pode desconcentrar ganhando de 2 a 0, não pode ceder assim. Estamos construindo um projeto para o ano que vem. Alguns vão permanecer e outros seguirão suas vidas. Quem chegar vai saber como funciona. Faltou alguma coisa em jogos decisivos e é isso que vamos buscar para a próxima temporada.
Despedida do Maracanã
– Falei com o presidente antes do jogo que hoje era um dia legal de oferecer o Maracanã ao torcedor, fazendo um evento qualquer. Era o último jogo da temporada onde a torcida abraçou o time. Se ela se voltasse contra não sei como seria. Ficaria pesado. Ela esteve ao lado o tempo todo. Agora vamos ter dois jogos fora do Rio. Nesse momento, é normal. Estão certos em fazer receita, mas ano que vem espero jogar esses dois últimos jogos do Brasileiro no Maracanã disputando título.
Fonte: GE