Com certo atraso, é verdade – embora se tratem de questões atemporais – o Blog Teoria dos Jogos publica sua análise quanto ao estádio do Mineirão, após presença à semifinal da Copa do Brasil envolvendo Atlético-MG e Flamengo. Ao lado de Maracanã, Castelão e Beira Rio, o estádio Governador Magalhães Pinto foi uma das arenas reformadas (e não construídas do zero) para a Copa do Mundo. A Fonte Nova também se enquadraria, mas foi colocada no chão, podendo ser considerada um novo estádio.
Como em outras metrópoles, o Mineirão se encontra em local relativamente afastado do centro, embora não seja exatamente uma região despovoada. Existem avenidas largas e recentes estações de BRT, mas o metrô da cidade não abastece seu principal centro esportivo. Mal comparando, seria uma localização semelhante à do Morumbi em São Paulo, embora haja muito mais espaço no entorno do estádio mineiro.
Os problemas de verdade começam no trajeto destinado aos visitantes. Eles acessam o estádio por meio de uma passarela suspensa extremamente insegura. Este blogueiro presenciou objetos (como pedras e latas de cerveja) sendo atirados desde a parte de baixo, por parte da torcida local – embora também verificasse provocações vindas de alguns visitantes. Esta perigosa exposição transformou a saída do estádio em algo de lamentável e desnecessária tensão.
Por diversas vezes, o clima descrito fez com que se iniciassem correrias com risco de pisoteamento. Isto se deu, principalmente, porque placas de metal afunilavam acessos que, originalmente, se mostravam mais espaçosos. As mesmas placas foram colocadas nas dependências internas do estádio, gerando aperto e degradando o visual franciscano do Mineirão.
A pobreza do acabamento interno, a propósito, foi o que mais chamou atenção. Impressiona como o Mineirão se encontra diversos níveis abaixo do verificado em outras arenas visitadas pelo Blog – Estádio Nacional de Brasília, Maracanã e Arena Amazônia. A questão chega ao ponto de questionarmos o chamado “padrão Fifa”: estruturas degradadas (lembrando chapisco), pinturas simplórias e banheiros que não fazem jus sequer à condição de estádio reformado. É bem verdade que o Mineirão não abocanhou tanto orçamento quanto outros estádios da Copa. Ainda assim, este lado da experiência se mostrou decepcionante.
Embora não cheguem a ser impressionantes, as arquibancadas são o ponto alto do estádio. Falta personalidade aos assentos de cor cinza, mas eles são confortáveis e de padrão semelhante ao verificado em Brasília. O visual panorâmico é excelente, assim como os telões. Cabe destaque para o famoso “feijão tropeiro”, na verdade uma quentinha com arroz, feijão, farofa, couve e carne de porco. Nenhum prato gourmet, mas uma refeição completa a honestos R$ 10.
Não posso negar que esperava mais do Mineirão – principalmente pela boa avaliação dos turistas durante a Copa. Talvez a expressão “arena” não se aplique a este mítico e revitalizado estádio que ainda expõe, sem qualquer constrangimento, as cicatrizes que lhe foram dadas pelo tempo.
Fonte: Teoria dos Jogos