Não é preciso ser amigo de uma raposa felpuda, muito menos bater um papo com o Felipe Melo, para saber que o decadente Renato Maurício Prado tem algum problema de ordem pessoal com membros da atual diretoria do Flamengo. Dizem as más línguas que isso se deve a uma frustrada tentativa de ofertar comentários elogiativos em troca de privilégios jornalísticos, o que foi prontamente rechaçado pelo atual comando rubro-negro.
Essa picuinha não nos afetaria, nas condições de leitores e telespectadores, se não fôssemos desejosos de ler e ouvir críticas isentas e equilibradas sobre o Flamengo. Mas a sensação que nos dá logo após escutá-lo é a de querer pedir a palavra, que é a reação natural de quem não concordou com quase tudo.
O fato é que o mundo da comunicação mudou, e muitos jornalistas ainda não se adaptaram à nova realidade. Além da vastíssima disponibilização de informações que possuímos, deixamos de tê-las em mão-única. Ou seja, as redes sociais passaram a permitir que todos – ouvintes, leitores, telespectadores, críticos, criticados, etc, etc, etc – pudessem externar as suas posições, facilitando, com isso, os julgamentos de valores e as formações de opiniões. Enfim, o poder de manipulação do jornalismo diminuiu consideravelmente.
Cito como exemplo uma crítica do questionadíssimo amigo de raposas felpudas que, no seu blog, põe em dúvida a gestão financeira do Flamengo em função dos recorrentes empréstimos solicitados pelo clube. Depois de ouvirmos especialistas elogiando a gestão financeira do Flamengo, de termos acesso as demonstrações financeiras disponibilizadas no site do clube e de termos lido uma entrevista do Bandeira de Mello, esclarecendo, com objetividade, algumas questões, dá para levar a sério as ponderações rancorosas e tendenciosas do protagonista do “tititi” do carramanchão em São Januário? A boca dele pode ser de veludo, mas, mesmo assim, os nossos ouvidos não suportam tantas asneiras.
Por Silvio Macedo