É bonito esse clamor feito aqui e ali em prol da renovação no comando técnico, principalmente, dos clubes da Série A.
Bacana, mesmo!
Mas os números mostram que, na prática, apostar no jovem treinador é também, na maioria das vezes, abrir mão de uma das quatro primeiras colocações do Brasileiro _ vagas que levam à Libertadores.
Num despretensioso levantamento, tomando como por base os técnicos que posicionaram seus times entre os quatro primeiros das últimas dez edições do campeonato, os experientes Muricy Ramalho, Vanderlei Luxemburgo, Abel Braga e Mano Menezes respondem por 50% das vagas.
Ou seja: seus times ocuparam vinte das quarenta posições disponíveis.
É realmente um rendimento que impressiona e presume-se vir daí o processo inflacionário no mercado dos treinadores.
Neste corte entre 2005 e 2014, os times de Muricy (São Paulo, Fluminense e Internacional) estiveram sete vezes entre os quatro primeiros, os de Vanderlei Luxemburgo (Grêmio, Flamengo, Palmeiras e Santos), seis; os de Abel Braga (Internacional e Fluminense), quatro; e os de Mano Menezes (Corinthians e Grêmio), três.
MATURAÇÃO.
Salvo um ou outro caso, como o de Andrade campeão em 2010 ou o de Cristóvão, vice em 2011, não houve desde 2005 um treinador estreante, considerado verdadeiramente uma aposta, classificando seus times entre os primeiros da Série A.
Depois dos quatro citados mais acima, aparecem Marcelo Oliveira, Tite, Cuca, Renato Gaúcho e Adílson Baptista, todos com duas aparições…
FIGURAÇÃO.
E é tão difícil posicionar o time no G-4 que há entre os que ocuparam as vagas restantes nomes laureados como Osvaldo de Oliveira, Joel Santana, Antônio Lopes, Ricardo Gomes e Geninho, todos já campeões brasileiros.
Vejam que estes técnicos (experientes e vitoriosos em determinadas épocas) só conseguiram estar no bloco de cima uma única vez nos últimos dez anos.
PORTANTO.
Há um inexorável tempo de maturação profissional a ser respeitado antes de sonharmos com resultados práticos quando apostamos num técnico iniciante.
Já consagramos e endeusamos treinadores que jamais justificaram tamanha expectativa.
E são tantos que não vale sequer nominá-los.
Os números podem nem sempre refletir a qualidade do futebol apresentado, mas eles nos ajudam a enxergar quem ganha e quem perde…
Fonte: Blog do Gilmar Ferreira