Desprezado tanto pela torcida como pela diretoria do Flamengo, André Santos está encantando o mais ilustre dos rubro-negros, Zico, seu treinador no Goa FC. Com quatro gols e três assistências em dez jogos, o lateral-esquerdo tem atuado no meio-campo e, neste domingo, mais uma vez será a referência do time na semifinal da Liga Indiana, contra o Atlético de Kolkata, a partir das 11h30 (de Brasília). Em ótima fase, o ex-lateral do Flamengo questiona a pressão de que foi vítima junto a Elano, Carlos Eduardo e Felipe.
Como avalia a Liga Indiana?
O torneio exige bastante. Cada time tem 12, 13 estrangeiros. Tem até jogador que disputou a Copa, como o grego Katsouranis. Falam que é fácil jogar na Índia, mas não é.
O nível é melhor do que o do Estadual do Rio, por exemplo?
Olha, eu acho que é. É melhor do que o do Carioca.
Os jogos têm público?
O cricket é o primeiro esporte, mas os torcedores estão indo aos estádios para ver futebol. Cada partida leva de 20 mil a 30 mil pessoas.
Qual será o seu futuro?
Há clubes da China, de Dubai (Emirados) e dos Estados Unidos me ligando. Estou estudando também possibilidades no Brasil. Aqui, querem renovar, mas a situação é difícil, porque a pré-temporada só começa em agosto.
Tem mágoa do Flamengo?
Nenhuma. Fiquei triste porque gostaria de tirar o Flamengo daquela situação. Em nenhum momento eu iria recuar. Estava dando a cara para bater.
Estão pagando a rescisão?
Até agora, estão pagando direitinho. O compromisso vai até dezembro de 2015.
Você foi agredido pela torcida. Havia clima para ficar?
Nunca me escondi de nada. Bateram na tecla de Carlos Eduardo pra lá, Carlos Eduardo pra cá, e ele saiu. Bateram na tecla do Elano, ele saiu. Comigo foi igual, eu saí. E agora estão fazendo o mesmo com o Felipe. Será que a culpa é só dos jogadores?
De quem é a culpa?
Talvez, o clube estivesse enfrentando uma fase ruim. O Vanderlei deu outra cara ao time. De longe, vejo que é outro time. Os jogadores que não prestavam, hoje fazem a diferença. Gabriel, Nixon…
Voltaria a jogar no Flamengo?
Na verdade, não sei agora se quero encarar essa pressão novamente, principalmente pela forma como tudo aconteceu. Mas o Flamengo vai ficar na minha história. E eu na do Flamengo, pois ganhei três títulos lá.
Qual é a pior lembrança que tem do Flamengo?
A agressão que sofri (no Beira-Rio). Eu estava indo para a van e levei chutes e socos. Até que chegou a polícia. Aquela não é a torcida. Foi um grupo.
Você reclamou da pressão, mas jogou no Corinthians…
Não tenho problema com pressão. Encaro. Joguei nos principais clubes do Brasil. A torcida do Corinthians nunca foi lá me bater. Cobra, sim, mas no fim do jogo. A diferença é que a torcida do flamengo já começa a vaiar durante o jogo. Isso tira a confiança e a concentração de qualquer jogador.
Fonte: Extra Globo