Seria importante para o futebol do Rio de Janeiro que Flamengo e Leonardo Moura chegassem a um acordo para a renovação do contrato que se encerrra este mês.
Não por um ano, como é o habitual, mas ao menos até o final do Estadual.
Talvez não nas bases financeiras atuais, mas num patamar em que pudéssemos honrosamente celebrar o último campeonato estadual de um jogador que fez raízes no Flamengo, mas vestiu a camisa dos quatro grandes clubes do Rio.
Embora tenha nascido num 23 de outubro, Leonardo Moura não é Pelé.
Ainda assim, num sentido figurado, deveria ser tratado com a reverência de um rei.
Não é fácil para jogador nenhum estar num só clube por dez anos.
Imaginem para um jogador acima da média como foi Leo Moura.
Quiçá jogando sempre em alto nível competitivo como fez Leo Moura.
REFLEXÃO.
Fico a imaginar quantas foram as chamadas “propostas milionárias” dispensadas por ele.
Sabem aquela notícia dando conta sobre o interesse de um clube árabe ou russo, ou, quem sabe, chinês?
Imaginem quantas ele não ignorou para estar no clube do coração – quase sempre muitíssimo bem remunerado, é claro.
Hoje, aos 36 anos, o longevo lateral-direito do Flamengo pode não ter a desenvoltura de anos passados, mas conserva o talento para jogar futebol e a elegância com a profissão.
Um excelente momento para começar a sair de cena, deixando uma imensa saudade naqueles que aprenderam a venerá-lo e um baita orgulho nos que acreditam na construção de relações duradouras.
Todos que se retroalimentam do futebol, profissional ou amadoristicamente, tem um tanto a agradecer a Leo Moura.
Gesto que, humildemente, o faço agora…
EXEMPLOS.
Essa discussão sobre a relação custo & benefício de jogadores que extrapolam o âmbito profissional é mais complicada do que se imagina.
Vide a luta entre o goleiro Rogério Ceni e sua própria consciência.
O Vasco recentemente viveu isso com Juninho, o Fluminense com Deco e o Botafogo com Túlio.
E não é fácil.
Que o diga ninguém menos do que o eterno Leovegildo Lins da Gama Júnior, doublé de lateral e meia rubro-negro que atuou (e bem!) até os 39 anos, saindo de cena contrariado.
E o próprio Vanderlei Luxemburgo, que a estendeu até os 38 anos, encerrando após nove jogos com a camisa do Botafogo, em 1980.
Fonte: Blog do Gilmar Ferreira