O fim da parceria entre Fluminense e Unimed não mudou a vida só do Tricolor das Laranjeiras. Após a cooperativa de planos de saúde romper o contrato de patrocínio com o clube, outra marca é agora a principal patrocinadora do futebol carioca: a Viton 44, que substitui a empresa de Celso Barros no Flu e já investe também no Flamengo, podendo renovar seu antigo vínculo com o Botafogo. E o Vasco tentou, sem sucesso, se ligar à organização que tem como presidente Neville Proa.
Desejada por equipes rivais do Rio de Janeiro neste fim de 2014, a fabricante da bebida Guaraviton aproveitou uma lacuna de maiores investimentos no futebol, apostou forte no futebol carioca e já colhe frutos. “Foi uma jogada genial minha”, disse Neville. O primeiro investimento nos grandes clubes foi em 2011, quando gastou R$ 6 milhões no ano para estampar a marca no ombro da camisa do Botafogo. A partir daí, a aplicação de dinheiro no futebol só aumentou.
Se na temporada 2014 o grupo Viton 44 investiu cerca de R$ 30 milhões em Botafogo e Flamengo juntos, em 2015 o aporte financeiro será ainda maior. Após a assinatura de vínculo de dois anos com o Fluminense, mais uma parceria alavancada com o Consórcio Maracanã e uma renovação polpuda com o Rubro-Negro, a empresa deve investir cerca de R$ 40 milhões no futebol carioca na próxima temporada. Caso renove com o Botafogo, o montante deve superar a casa dos R$ 50 milhões.
“Muitas pessoas estranham o valor investido. Mas eu não estou aqui de brincadeira. Se coloco dinheiro, é porque sei que tenho retorno. É muito simples, uma matemática fácil. A primeira vez que patrocinamos um clube, viramos alvo de piadas. Era uma empresa até certo ponto pequena e sem tradição no esporte. Mas hoje meu telefone não para de tocar. Estampando nossa marca em um grande clube, creio que temos uma exposição e uma possibilidade enormes para mostrar as nossas bebidas. O futebol, alem da projeção na televisão de divulgação, atinge todas as classe, A até E. Em cima disso, fazemos o nosso trabalho, já que temos uma boa distribuição e poderemos nos expandir para todos os lugares, pois o futebol carioca é gigante e tem muita exposição. Assim, nós temos a possibilidade de expansão enorme, não só no Rio de Janeiro, onde nascemos, como para todo o Brasil”, disse Neville, por telefone, ao ESPN.com.br.
Chamado de “mecenas” por parte da imprensa, Neville rejeitou a alcunha e garantiu que só quer o crescimento da sua corporação, nada além.
“Não quero saber de nada além do crescimento da empresa. Única e exclusivamente divulgação da marca, não tem mistério. Hoje, a marca é reconhecida no Brasil inteiro. Botafogo, Fluminense e Flamengo são grandes clubes, que todo o Brasil conhece. A exposição é excelente, foi o melhor investimento que ja fiz. O Rio de Janeiro é o grande centro do Brasil, ninguém quer saber de São Paulo. A quantidade que vendemos hoje é incrível, foi uma jogada genial minha!”, disse um “modesto” Neville.
Após passar a investir no futebol, a empresa alcançou níveis altos de crescimento, justificando o patrocínio às grandes equipes e principalmente, fortalecendo a marca.
“Temos um crescimento enorme, na casa de 30 a 40% ao ano. É incrível. Qual é o brasileiro que não é amante do futebol? O futebol está na alma do brasileiro, é um fanatismo descomunal, nunca vi nada igual. É um negócio fenomenal. Devido a isso, eu acho que o governo, por esse amor que o povo tem pelo futebol, deveria até rever a cota de impostos, que nem sei como é feita. Um craque aqui quer receber igual na Europa e aqui alguns pagam, mas com sacrifício desgraçado, que é o caso do Flu com Unimed. E isso não vai caber a nós. Deve haver uma debandada incrível no Fluminense hoje. Fora os clubes que sofrem com crises financeiras. O governo deveria ajudar os clubes, pois é algo que mexe com o povo todo”, finalizou o empresário.
Fonte: ESPN