Não faz tanto tempo assim, afinal 2011 está logo ali, mas aparentemente foi-se a época em que os clubes brasileiros brigavam para contratar jogadores do naipe de Ronaldinho Gaúcho — alvo de Grêmio, Palmeiras e Flamengo há quatro anos. O “R10” da vez, não só nunca foi melhor do mundo, como tem cartel bem mais modesto: o atacante Dudu, que esteve entre Corinthians e São Paulo acabou vestindo verde e será reforço do Palmeiras em 2015. Celebrado pela torcida e por jogadores do alviverde, transformou-se, de imediato, na melhor contratação da temporada até agora.

Mas esse trio que representa, em tese, as contratações mais impactantes deste início de ano vale o alvoroço? A resposta mais simples: não. Ao menos não de acordo com os números dos atletas no ano passado. Dudu, jogando pelo Grêmio, Marcelo, a serviço do Furacão, e Damião, claudicante no Santos, não alcançaram marcas impressionantes no Brasileirão. Juntos, fizeram 14 gols, a mesma quantidade de Hernán Barcos, por exemplo, que não é disputado por ninguém.
Dudu fez sete gols no ano inteiro — apenas três nas 38 rodadas do Campeonato Brasileiro. Para se ter uma ideia, Erik, do Goiás — aquele que disse que gostaria de jogar no Flamengo —, fez o triplo de gols no Nacional. O forte do novo jogador do Palmeiras não é balançar as redes. É driblar. Ele tem a melhor média de acerto de dribles no Brasileirão — foi o que mais acertou. Mas também tem uma das piores: foi o quinto que mais errou. As estatísticas não ajudam muito o atleta, que também figura entre os 10 piores passadores do campeonato do ano passado. Desse atleta, o Palmeiras adquiriu 100% dos direitos econômicos.
Leandro Damião — criticado no Santos — foi o que mais fez gols do trio: 11 no ano e seis no Brasileirão. O ex-atacante do Internacional, que dava pinta de que seria titular da Seleção Brasileira em breve, porém, passou discreto pelo torneio mais importante do país: não figura em nenhum top 10.
Clube de maior torcida do Brasil, o Flamengo pôs sua fé nos pés de Marcelo Cirino, de 22 anos. O planejamento deste ano, segundo o presidente do clube, Bandeira de Mello, tem sido feito “com cuidado e profissionalismo”. O Flamengo gastou em torno de R$ 17 milhões para levar Cirino à Gávea, valor menor do que o salário anual de Ronaldinho quando jogou no Rio.
Revelação do Brasileiro de 2013, o atacante chamou atenção de Corinthians, Cruzeiro, Grêmio e outros. Mas o Atlético-PR sempre fez jogo duro. No ano passado, Cirino marcou seis gols em 39 jogos (cinco no Nacional). Dribles não parecem ser o forte do camisa 7. No mesmo campeonato, ele foi o terceiro a mais fracassar nas tentativas de passar por adversários. Cirino, ao menos, foi o mais caçado: sofreu 118 faltas, mais do que qualquer outro.
Fonte: Superesportes