Primeiro Penta – Estava impossível de ser feliz. Ano após ano se passava e o prejuízo só aumenta. Aconselhada por alguns a jogar tudo para o alto, sempre pensava, além das consequências do meu ato de jogar tudo para o alto, o que isso representaria na minha história. Era como se eu tivesse o passado e o futuro ali, lado a lado e , no presente, tendo que tomar uma decisão. Muita gente achava que eu não fazia nada e que, por isso, estava satisfeita. Outras achavam que eu era política demais. Mas a verdade… A verdade é que eu reclamava, procurava parceiros para engrossar o coro desta reclamação, justificava para se ter um meio termo entre o que era a realidade e o que queria e até me aproximava de gente que tinha vergonha de posicionamentos em outrora. Tudo para procurar a minha felicidade. Eu poderia estar falando do meu trabalho, do meu casamento mas eu, simplesmente, me coloquei na posição do Flamengo perante o Campeonato Carioca.
Não é fácil ser o Flamengo nesta arenga contra a Federação Carioca de Futebol: ele é invejado por alguns, explorado por muitos, apoiado por poucos. Tem muita gente insistindo na vergonhosa imposição de meia entrada que só interessa time que tem pouca expressão. Porém, além disso, há uma inacreditável fórmula de campeonato feita para a Federação Carioca ser o Robin Hood tupiniquim. Só que, a contrário do herói do arco e flecha, a intenção política do ato faz com que se tire dos times ditos grandes, que geram renda, para os menores.
A Federação Carioca de Futebol, há algum tempo, manobra para perpetuação no poder de um mesmo grupo. A forma de disputa do Carioca é a engrenagem que faz os ditos pequenos, que o Vasco se juntou e acho justíssimo, perpetuarem um pensamento que coloca direito de transmissão de TV em borderô para mascarar prejuízo de um jogo que é televisionado numa quarta-feira a noite no Maracanã.
Aos que acham que esse tipo de coisa e a chance dos ditos médios e pequenos ganharem dinheiro, eu digo que os grande precisam se sustentar para não ter prejuízo. O assombroso valor de R$ 3 milhões de prejuízo que o vice presidente de marketing do Flamengo jogou no ventilador é para fazer muita gente que acredita que a teoria do Robin Hood é o melhor para o futebol carioca. É bacana você ter prejuízo por causa dos outros?
Há quem defenda a escalação de um time sub-20 ou reserva para as partias do carioca, a jogar tudo para o alto porque, uma vez tendo prejuízo, que o prejuízo também venha para a federação. A federação, que de ingênua não tem nada, colocou no regulamento se protegendo contra isso. Independente disso, faz uma coisa dessa gera consequências. As comerciais são as primeiras consequências e na ‘vibe’ de reestruturação que o Flamengo vive, é jogar contra o discurso. Tem a consequência esportiva, de não estar preparando o time de forma adequada para o brasileiro, talvez. E a consequência histórica, de ficar marcado o maior ganhador do títulos do campeonato promover um boicote.
Particularmente, gosto do Campeonato Carioca. Adorava quando ia para a Gávea três horas da tarde numa quarta-feira ver jogo do Flamengo. Gostava, quando morava no Rio, de sair segunda-feira de casa com a camisa do Flamengo, para humilhar torcedores do time que hoje apoia essa vergonha que estão querendo fazer com o Campeonato Carioca.
O Flamengo, aquele que leva torcedor ao estádio, que os times ditos pequenos querem enfrentar para ganhar o tostão a mais e que a federação que se meter no preço que ele quer praticar, tem todo o meu apoio. Força Mengão. Mesmo difícil ser feliz com o prejuízo iminente, tenho certeza que os outros torcedores também estarão com você. Se não for com a compra de ingresso ou comparecimento para apoiar o time, vai ser com contribuições aos programas vigentes para sua recuperação financeira.
Não quero menos do que o título, Flamengo. Já está mais do que na hora do campeonato se adequar a sua grandeza e a trazer diversão ao carioca, tão apaixonado por futebol.
Vai pra cima deles, Mengooooo