Porra nenhuma. O treco é invasão da favela ao Palácio dos Flores. Pelo fim do esnobismo, pelo fim da falsa impressão de que aquilo lá é clube grande, pelo começo de uma Nova Era que traz (quem diria??!!) um Flamengo obtendo lucro até com pré-temporada.
Já do lado de lá, do lado “nobre”, que cada vez mais parece querer trocar o “n” pelo “p”, o treco parece não andar nada bem. E principalmente no quesito de que mais se orgulhavam há bem pouco tempo, a grana.
Pro Tio aqui não há muita surpresa. Brother de longa data, Leonardo Brossa, rubro-negro da mais aguerrida estirpe e conhecedor profundo dos melindres mercadológicos, já que publicitário, alerta faz tempo: O Fluminense é um clube de bairro que arranjou um bom mecenas. Quando o mecenas for embora e levar o dinheiro junto, volta a ser apenas o que sempre foi, repito, um pequeno clube de bairro. Arremata ainda com cruel sabedoria apocalíptica: “O Fluminense não tem torcida como ativo”.
E assim será.
Pra infelicidade da torcida tricolor, a complicação financeira ocorre justo quando o Flamengo vai ajeitando (ainda do jeito que dá) os seus há muito combalidos cofres. Aí fica do jeito que tá. Sonda Conca, Cícero, Walter, fica de olho em qualquer peça da liquidação de garagem que a partida da Unimed vem acarretando nas Laranjeiras.
Pra completar o Inferno Astral de 2015, o clube passa a estampar na camisa nome de patrocinador que dá margem às eternas piadas que tratam de… de um suposto frescor no viver de nossos rivais tricolores.
A favela segue rindo da desgraça alheia. É feio… Mas no futebol é assim mesmo.
Pro Tio aqui o treco perde dimensão. Primeiro porque meu amigo citado acima já tinha cantado essa pedra faz tempo. Segundo porque o clássico, que já foi o meu favorito inquestionável em tempos idos, perdeu esse posto há muito, após todos os rebaixamentos não cumpridos pelo povo tão nobre.
E que há por lá peças que inegavelmente comporiam bem o nosso elenco para 2015 é um fato. O treco é ficar de olho. Na humildade. A gente se acomoda ali pela calçada mesmo. “Nóis é” Flamengo. Fila na calçada pra aproveitar promoção não há de ser nenhum incômodo pra quem sempre foi taxado de favelado e sem dinheiro.
Enquanto a gente aguarda aqui na rua, desce aí um pedacinho desse queijo fresco pra rolar um sanduba. Que horas abre a loja? Hora de conferir a lista de compras. Deixa ver… meio-campo, um atacante, talvez um camisa 10, um vitral francês desse aí que tá na liquidação… Fora a diversão. Acho que tá de bom tamanho.
CURTAS
ERAZO. Gostei da ida do equatoriano para o Grêmio. Do lado de cá, nossa zaga parece estar acertada, do lado do cara, pode fazer bem uma nova chance. Torço pelo sucesso dele. Do lado do Grêmio… Foda-se. Pra mim tanto faz o Grêmio.
CLÁSSICO EM EXÍLIO.No Brasileirão de 2013, Flamengo e Vasco se enfrentaram em Brasília nos dois turnos. Ano passado só rolou no Carioqueta. Esse ano já começa com um em Manaus, por motivos nobre$$$ e justos. O Clássico dos milhões virou mesmo produto de exportação.
MONTILLO. Se alguém for contra avisa pro Tio lá pelo Twitter (@sorinmercio). Uns amigos meus passam na sua casa para uma visita amistosa.
Fonte: Falando de Flamengo