A defesa teria de ser consistente. Nada de entrar em quadra e jogar de peito aberto, frisava o técnico Dedé Barbosa. Não contra o Flamengo. A orientação foi seguida à risca pelos jogadores do Limeira, que derrubaram o atual campeão do NBB: 78 a 73. Com a vitória desta sexta-feira, no ginásio Vô Lucato, a equipe segue na ponta da tabela com 14 vitórias em 15 jogos. Pôs fim também a um tabu. Até então, o último triunfo do time paulista sobre o rubro-negro pelo campeonato nacional havia sido no segundo turno do NBB3, em abril de 2011.
Os cestinhas foram Nezinho e Marquinhos, com 23 pontos. O próximo compromisso do Limeira será na terça-feira, outra vez em casa, contra o Paulistano. No mesmo dia, a equipe da Gávea receberá o Bauru, na Arena da Barra.
O jogo
Os comandados do técnico José Neto eram acompanhados de perto pelos anfitriões. Encontravam poucos espaços para entrar no garrafão e quando conseguiam, alguém aparecia para evitar a cesta fácil. Foi assim com o Laprovittola, que subiu para a bandeja e acabou vendo Rafael Mineiro dar um toco e levantar a arquibancada. A virada viria logo em seguida com Bruno Fiorotto (8 a 6), mas Herrmann, de longe, não deixava o Limeira fugir no placar. Nezinho também convertia sua bola de três. Mesmo sem contar com o armador Ronald Ramon, pendurado com três faltas, durante boa parte do primeiro quarto, o time do interior dominava as ações e fechava na frente: 20 a 16.
Se o Flamengo desperdiçava seus ataques, o time do interior paulista mostrava bom aproveitamento nos seus. A vantagem aumentava rapidamente para 30 a 18 e fazia Neto parar o jogo. O técnico pedia mais agressividade ofensiva, Marquinhos chamava a responsabilidade, a diferença caía. Limeira começava a se preocupar com a arbitragem. Reclamava de uma falta técnica dada ao treinador Dedé Barbosa, seguida de uma antidesportiva cometida por Matheus Dalla. O Rubro-Negro apertava a marcação e aproveitava para se aproximar ainda mais (37 a 33). Nos últimos dois minutos, insistia em chutar de longe. Sem sucesso, dava chance para os donos da casa voltarem a se distanciar. Destaque para Nezinho, que acertava um arremesso longo e ainda conseguia um toco em cima de Gegê: 44 a 35.
O Flamengo marcava seis pontos seguidos e deixava os anfitriões quase três minutos sem pontuar. Até Nezinho fazer o placar andar. O experiente armador já tinha 21 pontos na conta e ainda fazia uma boa marcação em cima de Laprovittola (53 a 46). Do outro lado, o time da Gávea via Marcelinho Machado anotar seus três primeiros pontos na partida a 3m25s do fim do terceiro quarto. Pouco depois, o capitão cometeria a segunda falta técnica e deixaria a quadra. A torcida do Limeira comemorava. A equipe voltava a respirar aliviada: 62 a 54.
Marquinhos ia para a linha de três e dava trabalho. Em seis tentativas durante o jogo, havia convertido todas até ali. Mas o Limeira tinha a cabeça fria e mantinha tudo sob controle (76 a 68). Nos últimos dois minutos, o Flamengo ainda acreditava que poderia mudar a situação. A 1m35s do fim, Benite fazia 76 a 72. Ganhava a chance de se aproximar ainda mais depois que o técnico Dedé levou a segunda falta técnica e teve de ir para o vestiário. Laprovittola foi para a linha do lance livre. Aro. Meyinsse perdia o ataque seguinte. Restavam 35s. Laprovittola foi de novo bater os lances livres. Converteu o segundo (76 a 73). Com a falha de Nezinho, o Rubro-Negro partia para a quadra adversária para buscar o empate. O passe de Benite para Laprovittola não se completou. Para pôr fim a qualquer esperança, o armador argentino ainda cometeu uma falta antidesportiva. O Limeira agradecia.
Fonte: GE