O Maracanã deu prejuízo ao consórcio montado para administrá-lo. É o resumo de 2014, segundo seus representantes. Fica evidente a dificuldade das empresas brindadas com a herança da Copa do Mundo, estádios (re)erguidos com dinheiro público como o do Rio de Janeiro. As coisas não são tão fáceis assim, pois a manutenção dessas “arenas” é muito cara e entre os obstáculos há a tradicionalmente baixa taxa média de ocupação nos jogos.
Apesar de reclamar dos resultados, o consórcio “morde” fatias significativas do que é arrecadado. A súmula de Flamengo 0 x 1 Grêmio, maior público do Campeonato Brasileiro de 2014 no estádio, mostra que as despesas são gigantescas. Dos R$ 1.756.965 que perto de 60 mil pessoas deixaram nas bilheterias, coube ao clube carioca a quota de R$ 714.957,75, ou 40,69%. Só de “aluguel de estádio” e “custo operacional” foram descontados R$ 635.022,12, quase 89% do valor que foi parar nos cofres rubro-negros.
É diferente em partidas do Fluminense, cujo acordo o livra de despesas e restringe o faturamento com ingressos aos setores atrás dos gols. No jogo de maior público do clube na Série A ano passado, contra o Vitória, mais de 50 mil compareceram e com os tricolores ficou cerca de 57% do valor líquido. A fatia do consórcio, consequentemente, beirou os 43% e os itens como “despesa operacional do estádio” aparecem zerados.
Se o Maracanã rende um prejuízo mensal de R$ 5 milhões para o consórcio, que o devolvam ao Estado. O dinheiro público já foi torrado na reconstrução. Que pelo menos o estádio seja mais acessível à população, ao torcedor. Alguém dirá que o Estado não sabe administrar o Maracanã. E com esse prejuízo todo, pergunto, o consórcio sabe?
Fonte: blog do Mauro Cezar Pereira