Quando Eduardo da Silva chegou ao Flamengo no meio do ano passado, enquanto o clube ainda vivia uma fase complicada no certame nacional, julguei que era um bom reforço pela oásis de talento técnico que era (ainda é, pra ser honesto) o time ano passado.
Ele chegou junto com Hector Canteros e lembrei, instantaneamente, de 2007, quando o Flamengo também vivia uma fase complicada no Brasileirão (apelido escroto que a Globo deu ao torneio) mas que, com a chegada de duas peças, o Fábio Luciano e o Ibson, deu uma arrumada que alavancou o time da zona de rebaixamento até a terceira colocação do referido campeonato. Em 2014, infelizmente, a evidente melhora com as duas peças estrangeiras não foi suficiente para alçar o escrete rubro-negro à terceira colocação do Brasileiro, mas foi possível, ao menos, oferecer um campeonato menos desgastante, emocionalmente falando, ao torcedor. Mas falando especificamente do Eduardo, ficou claro que em 2014 ele sofreu por não ter tido uma pré-temporada nos moldes nacionais. Porém, a famigerada “adaptação” não foi problema para o jogador de origem brasileira que veio jogar futebol profissionalmente em gramados tupiniquins apenas ano passado. Ele chegou, vestiu a camisa, recebeu cruzamentos, marcou gols, consagrou-se, consagrou o João Paulo, jogou no ataque pelos lados e centralizado, e começou a sentir o peso de uma temporada aqui no Brasil, terminando o ano sem força e bem abaixo do seu potencial. Para 2015, prevejo o Croata mais inteiro e ainda mais adaptado aos nossos campeonatos e ao estilo Flamengo de ser. E as expectativas começam a ganhar corpo não apenas pelo fato de ele estar participando de uma pré-temporada, mas principalmente, quando acompanhamos os primeiros trabalhos táticos de Luxa em Atibaia e tomamos conhecimento de um Eduardo atuando como ponta-de-lança (aquele jogador que não se decide se é meia ou atacante, e no final das contas é os dois), alimentando os pontas Everton e Gabriel, além de Cirino – que tem atuado mais centralizado, e chegando de trás. Foi assim que se consagrou no Arsenal. Independentemente da chegada de um ‘9’ e de um ‘10’, o segredo pra fazer Eduardo render ao máximo é mantê-lo onde ele rende. O que quero dizer é que vale a pena apostar no Eduardo, jogador que esteve tanto tempo na Europa, se não atuando todo este período nos maiores clubes do Velho Continente, disputando torneios de alto nível, jogando contra os melhores. Marcelo Cirino à parte, ainda acho que a nossa maior contratação para 2015 já foi feita desde o ano passado.