Sem conseguir as receitas esperadas com a administração do Maracanã, a concessionária liderada pela construtora Odebrecht quer renegociar com o Governo do Rio de Janeiro o contrato do estádio. O pedido foi feito ao governador Luiz Fernando Pezão, e as duas partes agora estudam a melhor maneira de ajustar financeiramente o acordo.
A alegação da empresa é que o projeto inicial de exploração do complexo do Maracanã não pôde ser realizado, já que o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Julio Delamare não puderam ser demolidos por decisão do Governo Estadual há um ano, após muita polêmica. Quando houve a concessão do espaço à Odebrecht, em 2013, a previsão era de que esses equipamentos esportivos fossem derrubados para a construção de dois edifícios-garagem e um shopping center.
Questionada pelo ESPN.com.br sobre o assunto, a administradora do Maracanã explicou a situação, confirmou a negociação para alterar termos do contrato, mas garantiu que no momento não existe nenhuma possibilidade de quebra do acordo assinado.
“A Concessionária Maracanã reafirma o seu interesse em manter o contrato de concessão. A Concessionária apresentou ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, conforme previsto no Contrato de Concessão e no termo aditivo assinado em 6/1/2014, o estudo técnico-econômico detalhado dos impactos, em seu Plano de Negócios, da alteração unilateral em que o Poder Concedente decidiu pela não demolição do Estádio de Atletismo Célio de Barros, da Escola Municipal Friendenreich e do Parque Aquático Julio Delamare, bem como da necessidade de manutenção das grandes estruturas originais destes equipamentos. As partes estudam agora alternativas para recompor o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão, atingido pela redução significativa das possibilidades de exploração comercial das áreas do entorno do estádio”, diz a nota da empresa.
A reportagem também entrou em contato com a assessoria de impresa do Governo do Rio, que ratificou a informação:
“Não houve pedido de devolução do Maracanã, o que há é um pedido da Odebrecht para readequação dos investimentos”.
Reinaugurado em 2013 após ser totalmente reformado e modernizado, o Maracanã é administrado pela concessionária que tem 90% da participação da Odebrecht. A empreiteira não confirma valores, mas estaria tendo um prejuízo mensal de R$ 5 milhões com o estádio, segundo o colunista Lauro Jardim, da “Revista Veja”.
Apesar disso, a empresa, que assinou contrato de concessão por 35 anos, já teria previsto que não ganharia dinheiro desde o início com o Maracanã. Com grandes investimentos feitos, o planejamento é começar a ter lucro apenas depois de um tempo.
Fonte: ESPN