O Fluminense – Na última semana, ocorreu o Torneio Super Series, em Manaus, onde Flamengo, Vasco e São Paulo, não necessariamente nesta ordem, participaram e deram o entretenimento que os mais sedentos torcedores, mortos de saudade de seus respectivos clubes, precisavam para manter sua paixão futebolística. Mesmo sendo na Arena Amazônia, nos cafundós do querido Judas, na qual a torcida rubro-negra, junto a cruzmaltina, é enorme. O torneio de verão, como foi chamado estranhamente pela imprensa, não rendeu grana aos participantes. Público medíocre – 54.817 pagantes, juntando as três partidas – e preços de ingresso absurdamente caros. Se algo de bom pôde ser extraído do torneio, é que o Flamengo, campeão desta edição, vai brigar nas cabeças em 2015.
Em tempos onde todo mundo já sabe que não está fácil pra ninguém, o Flamengo vai se acertando e demonstra um profissionalismo antes ignorado pela maioria de seus dirigentes, obcecados pelo status. O primeiro título do ano, foi só mais uma pitada de tempero no desejo rubro-negro para o ano que ainda há de começar – só depois do carnaval. E não precisa ser intelectual pra sacar que essa diretoria está no caminho certo, é só ter o mínimo de imparcialidade. Em época de bairrismo aflorado, basta ter vista boa, além, é claro, da quebra de orgulho, ao reconhecer que o clube está voando politicamente.
Bajular não, elogiar sim. Como não gritar pra massa ouvir que o clube, hoje, voltou com força ao mercado e tem a credibilidade, reforçada com a chegada de algumas peças, saltando das veias dos dirigentes? É uma espécie de reviravolta bizarra para o Flamengo que conhecíamos. Um choque de realidade para maioria dos clubes do país, nos quais o amadorismo está estampado nos quadros acima das cadeiras dos cartolas. O Flamengo, no meio dessa galera, é uma espécie de “Hors concours” do Brasil.
Sem medo, afirmo que o Flamengo contribui, com todo mérito, para o crescimento do futebol nacional e a maioria tem a aprender com o tipo de gestão atual, tão criticada no início, com sua política económica. Justamente por economizar, que hoje está podendo “gastar” e brigar nas cabeças com os melhores do país.
O Torneio Super Series ou Torneio de verão pode não ter sido grande coisa pra muita gente. Mas serviu, pra muito mais, para afirmar que este gigante tem mais força do que apresentou durante todos esses anos.
David Tavares