Conhecido pela eficiência nas bolas paradas, Rogério Ceni marcou apenas um gol de falta no Campeonato Brasileiro (os outros sete dele foram de pênalti). O baixo rendimento não ficou restrito ao goleiro e aparece nas estatísticas da competição: em relação ao ano de 2013, o número de gols de falta caiu em 42% – foram apenas 25 cobranças certeiras em 2014 (no ano anterior, o número chegou a 43). Enquanto alguns especialistas veem a falta de treino como explicação, Ceni aponta outra razão, diz que as oportunidades diminuíram e aponta a arbitragem como “responsável”.
– O principal motivo desta queda é a mudança de postura de boa parte da arbitragem. Se você analisar o número de faltas que existiam antigamente para o número de faltas que existem hoje, você vai ver que também caiu muito o número de faltas, principalmente próximo à área. Hoje, os juízes estão tentando acompanhar o estilo europeu – justificou.
As estatísticas até mostram que o número de faltas perto da área diminuiu, mas não na mesma proporção. Segundo a Footstats, empresa especializada em estatísticas de futebol, foram 2548 chances criadas desta forma em 2014, apenas 293 a menos que no ano anterior, uma redução de apenas 10%. Para o diretor da empresa, José Eduardo Domingo, número insuficiente para explicar uma queda de 42% no número de gols de falta.
– Não justifica porque se a quantidade de faltas próxima da área caiu 10%, o número de gols caiu 42%. Naturalmente é uma deficiência dos cobradores de falta – considerou.
A tecnologia disponível atualmente, que permite ao goleiro estudar o adversário, também pode diminuir as chances dos batedores. Ceni, no entanto, admite que uma cobrança “na medida” tem como destino o gol. E ele conhece os dois lados.
– As (faltas) bem batidas entram, não tem jeito – disse.
Fonte: SporTV