“Se o Maracanã dá prejuízo, imagina a Arena Pantanal.”

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Construída como um complexo multiuso ao custo de R$ 626 milhões, a Arena Pantanal é deficitária, contrariando todas as expectativas do Governo Federal e Estadual, que sempre bateram na tecla de que ela seria um elefante branco. O atual governador de Mato Grosso, Pedro Taques, admitiu por meio de sua assessoria, que o estádio mato-grossense não dá lucro e diz ainda não saber o que fazer com ele. O comparou ainda com o Maracanã, que está em vias de renegociação do modelo de concessão.
– O Maracanã, por exemplo, está renegociando sua concessão. Se um estádio como aquele não dá lucro, imagina a Arena Pantanal – disse Taques, por meio da assessoria.
Taques assumiu o Estado no início deste ano e recebeu o estádio com o modelo de concessão pronto deixado pelo outro governo. À época, o então governador Silval Barbosa, afirmou que o Estado não teria condições de gerir um local do tamanho do Complexo Esportivo do Verdão.
– Uma obra como a Arena Pantanal necessita de uma equipe especializada. O Governo de Mato Grosso não tem condições de cuidar dela. A concessão à iniciativa privada é o melhor caminho para que ela possa se manter em atividade e com boa manutenção – disse, no fim do ano passado.
A Arena Pantanal deu sinais ao fim da Copa do Mundo de que poderia ser tudo aquilo que foi projetada. Recebeu muitos jogos, alguns com sucesso de público, como Cuiabá e Paysandu, quando 14 mil pessoas acompanharam a vitória do time cuiabano. Para os padrões estaduais, o número é alto, já que o Campeonato Mato-grossense tem média de menos de mil torcedores por jogo. Ela sediou ainda um show na área externa, um evento gospel e uma corrida.
Equipes como Corinthians, Flamengo, Santos e até a seleção brasileira sub-20 mandaram seus jogos nela. À medida que o tempo foi passando, os problemas começaram a aparecer. Infiltrações no forro e falta de água nos vestiários foram algumas das notícias negativas que ela produziu.
O seu entorno também tem sido alvo de críticas. Ainda inacabado, está abandonado e sem manutenção. O governador Pedro Taques também frisou que esse é mais um problema para o Estado resolver. Hoje, o local é usado para a prática de esportes como caminhada, corrida, skate, patins, entre outros. Porém, as lanchonetes e o restaurante ainda não foram concluídas. O lixo tem tomado conta do local, já que nem o governo e nem a prefeitura estão atuando na área.
Uma equipe técnica do governo estadual analisa o modelo de concessão deixado pela antiga administração, mas ainda não manifestou o que será feito.
A licitação
Preparada desde 2013, o modelo de concessão foi apresentado no fim de outubro pela Secopa, secretária criada para cuidar das obras referente à Copa do Mundo em Cuiabá. Extinta, a pasta deixou o projeto para o novo governo analisar. Nele, há previsão de lucro de até R$ 13 milhões por ano à empresa vencedora. A exploração do espaço (estádio, ginásio e piscina olímpica) pode ter uma receita bruta de R$ 35 milhões anuais, com despesas de até R$ 22 milhões. A concessão seria de 30 anos, renováveis por mais 30.
Para chegar nesse valor, o estudo cita que o estádio pode ser locado para partidas de futebol e ganhos de bilheteria, área comercial, lanchonetes, áreas vips, entre outros. A venda dos naming rights também integra o pacote do possível lucro, assim como shows, feiras, seminários, bilheteria de um museu do futebol e outros eventos além do futebol.
Uso em 2014
Após a disputa da Copa do Mundo, em junho, quando sediou quatro partidas, a Arena Pantanal recebeu outros 15 jogos das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro, além da Copa do Brasil. O público total foi de 191.453 pagantes, com média de 12,7 mil torcedores. A capacidade total do estádio é de 44 mil torcedores.
Nas partidas dos times mato-grossenses, não foi cobrado aluguel. Já em jogos da Série A e Copa do Brasil, o valor foi de R$ 50 mil de aluguel.
Aconteceram ainda outros dois eventos (R$15 mil cada): o show do Rappa (área externa) e o lançamento de um condomínio de uma incorporadora. O faturamento pós-copa – em 6 meses – foi de R$ 200 mil. Conforme informações obtidas pela equipe do novo Governo, o custo mensal para manutenção da Arena Pantanal é de R$ 300 mil.
A partir de fevereiro, ela vai receber jogos do Campeonato Mato-grossense. A princípio, não deve ser cobrado aluguel dos times locais. Eles terão que arcar apenas com os custos operacionais, assim como foi na temporada passada. Cada vez que o estádio é aberto, o custo gira em torno de R$ 100 mil.

Fonte: GE
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