Ser Flamengo – Para um adversário que conseguia marcar a saída de bola do Flamengo e também não permitia que o mesmo fizesse a transição do meio ao ataque, o resultado foi bom. E o time, por suas ações, deixou evidente que Luxemburgo estudou o Resende antes de enfrentá-lo.
A proposta do Resende, que jogou no 4-4-2, era marcar a saída de bola do Flamengo, dificultando ao mesmo que pudesse avançar pelo meio, assim não tendo chances de criar oportunidades de gol. O Flamengo, com Luxemburgo variando o esquema e também no 4-4-2, jogou com: César; Pará, Wallace, Samir e Anderson Pico; Márcio Araújo, Canteros, Arthur Maia e Everton; Nixon e Marcelo Cirino.
Como já mencionado, o Resende não limitou-se a esperar o Flamengo. César dava saída na bola com um toque curto para um dos quatro defensores, e de repente chegava um, dois, três. Apertavam e roubavam a bola ou forçavam o Flamengo a sair no chutão, que às vezes também virava lateral ao Resende. Com a clara intenção de realizar a jogada que lhes está sendo característica: mandar a bola na área por meio do lateral, para um eventual cabeceio, pegando zaga e goleiro desprevenidos.
Com o jogo travado na zaga e a transição meio-ataque não sendo bem sucedida, a bola passava freneticamente nos pés de Canteros. Que parava, olhava, pensava e distribuía o jogo, na tentativa de achar uma brecha na zaga do Resende, que ficava mais complicado a cada minuto que passava. O primeiro tempo assim seguiu, com raríssimas chances do Resende e uma do Flamengo, em que Canteros achou Wallace livre na pequena área, que acabou desperdiçando.
No retorno ao segundo tempo, a primeira chance com Pará cruzando na área, a bola desviando na zaga e Nixon quase abrindo o placar, não fosse a defesa de Arthur. Do outro lado viria a resposta: após bate-rebate na área, Admilton tentou de cabeça e a bola parou no travessão de César, que saiu mal.
Nesse momento, Luxemburgo chamava Alecsandro para o lugar de Arthur Maia. Era a tentativa de fazer pressão no Resende e sair de Volta Redonda com a vitória. O que não demorou muito. Quando aos 17 minutos do segundo tempo, Marcelo Cirino tem a bola dominada na entrada da área e rola de lado para Anderson Pico, que chega batendo de primeira, e mandando a bola reta, no canto esquerdo de Arthur, abrindo o placar.
Após o gol, Luxemburgo colocou Luiz Antônio no lugar de Nixon. O Resende voltava a igualar o jogo quando o árbitro marcou pênalti em contato de Admilton em Marcelo Cirino – que em minha opinião não houve nada. Mas Alecsandro bateu no canto esquerdo de Arthur e fez o segundo para o Flamengo.
E foi como se uma justiça tivesse havido no campo, instantes depois. Pois em falta cobrada por Marcel para a área do Flamengo, Anderson Pico furou na tentativa de cortar pra frente e acabou marcando gol contra. No lance seguinte, num momento que o jogo passou a ficar aberto, Everton teve sua camisa rasgada nas costas mediante um puxão de Cássio, mas a arbitragem nada marcou – em lance que foi pênalti.
Para o fim, restou a substituição de Canteros – que saiu aplaudido pela torcida – por Cáceres.
Curtas: Espero que Luxemburgo tenha notado que Marcelo Cirino rendeu bem mais quando atuou deslocado à esquerda; o mesmo Luxemburgo me surpreendeu ao anular a jogada lateral do Resende; belo gol de Anderson Pico; e uma partida “calma” de Canteros, pois é preciso muita paciência para furar uma defesa fechada.
Germano Medeiros
Acho que a maioria das pessoas que insistem em dizer que o Cirino rende melhor na ponta são meio que retardados, pois é óbvio que ele joga melhor na ponta, uma vez que é a posição de origem dele!!!!!
Até o Cirino se encontrar como centro avante (conforme o Luxa deseja) levará um tempo. Resta nós apenas esperar.
SRN!