Extra Globo – O Maracanã abrirá as portas para 2015, quando Flamengo e Barra Mansa se enfrentarem, às 22h, pela segunda rodada do Estadual — e só com dois setores de arquibancada abertos. Mas o estádio está no epicentro de um terremoto que tem sacudido o futebol carioca e, mais ainda, o Rubro-negro nos últimos dias. O clube chega ao jogo desta quarta em uma crise política que levou à saída de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, um dos dirigentes mais influentes da atual administração; rompido com a federação e sob risco de ver sua previsão de receita com bilheteria naufragar.
O Maracanã virou uma espécie de ativo financeiro do Flamengo. Com a política de ingressos caros, o clube faturou, só com bilheteria, R$ 10,7 milhões líquidos (R$ 33,1 milhões brutos) no estádio em 2014. Equivale dizer que, por cada um dos 27 jogos que fez no palco da final da Copa, o clube pôs R$ 399 mil (descontados os encargos) nos cofres.
Para 2015, o orçamento rubro-negro prevê elevar esta receita para R$ 49 milhões brutos. Mas, ao impôr ingressos com valores entre R$ 5 e R$ 50 no Estadual, o Conselho Arbitral jogou um balde de água fria nesses planos.
A reabertura do estádio, inclusive, esteve ameaçada e só ocorrerá nesta quarta porque a Federação aceitou limitar o número de ingressos promocionais para a partida — acordo feito a contragosto de Bap, que decidiu deixar o cargo de vice-presidente de marketing. Na Gávea, dirigentes e até ex-cartolas iniciaram campanha para demovê-lo da ideia. Independentemente de obterem sucesso ou não, o estrago na cúpula da Chapa Azul está feito.
— Divergências acontecem nas empresas, nas famílias, e o Flamengo não é uma exceção — definiu o presidente Bandeira de Mello, ao canal Sportv.
Enquanto para uns o Maracanã é sinônimo de dor de cabeça, para outros é um sonho. Após se destacar na pré-temporada, o meia Arthur Maia se prepara para debutar no palco.
— Vi finais, como a do gol do Pet, no Carioca. O Maracanã traz lembranças de vitórias do Flamengo, e agora eu quero participar disso.