Falando de Flamengo – Assistindo ao primeiro tempo da partida de ontem, apesar da vitória parcial, o jogo estava com uma cara bem mais ou menos. Tirando os lances individuais do Arthur Maia, revelação desse início de temporada, os passes do Canteros e a correria do Marcelo Cirino, pouca coisa efetivamente aconteceu para animar o clima do jogo.
Mas aí citando esses exemplos, a gente pode se questionar se o jogo estava chato porque estamos falando de uma partida contra um adversário fraco em um campeonato desvalorizado ou se realmente tinha algum motivo mais técnico, principalmente pela pouca efetividade ofensiva dos dois times até então.
A segunda etapa respondeu esse questionamento com o Mengão transformando o gramado do Maracanã em uma grande avenida, aproveitando o clima de pré-carnaval. O público corajoso que decidiu ir ao estádio na noite extremamente quente de quarta-feira, merecidamente foi coroado por um show rubro-negro.
Até o Samir, que vacilou e fez com que alguns jurados decidissem tirar pontos da gente no quesito evolução, decidiu ajudar a ditar o ritmo lá no ataque e deixou a marca na rede da Cabofriense. E o Eduardo da Silva? Na primeira participação em 2015 já fez o dele mesmo com a saída do fiel escudeiro João Paulo.
Outro fator que chamou a atenção foi a camaradagem e o entrosamento existente entre os caras que vestem o Manto Sagrado nos dias de hoje. Um bom exemplo disso foi o último gol da partida, onde o Cirino visivelmente poderia ter arrumado pra finalizar, mas preferiu tocar para o Alecsandro encerrar a festa.
Pouco importa se dos seis gols do jogo o mais bonito foi justamente o único do adversário, se o que é bonito de fato é ver o Flamengo se comportando como Flamengo e fazendo de forma exemplar o dever de casa. Mesmo que ao chegar do colégio vá fatalmente acabar ouvindo de algum lado que “não fez mais do que a obrigação”.
Os fãs do carnaval que me perdoem, mas pra mim não há samba melhor que o futebol e não há escola melhor que o Flamengo. Como diz Marcelo Camelo em ‘Conversa de Botas Batidas’: “Prepara uma avenida, que a gente vai passar!”.
Felippe Fogli