Renato Maurício Prado – O time do Flamengo não tem um craque sequer. Mas parece ser a equipe mais equilibrada da administração Bandeira de Mello, com bons jogadores, atuando com espírito de luta elogiável. Golear o Barra Mansa nada significa. Mas a forma que o rubro-negro atuou dá, ao menos, motivos para se crer num desempenho melhor do que apenas brigar para não cair no Brasileiro.
Após um “zilhão” de contratações equivocadas, ao menos dois jogadores dessa última leva e dois da penúltima dão pinta de terem condições de se firmar como acertos dignos de aplausos: Canteros e Éverton, em 2014, e Arthur Maia e Marcelo Cirino, este ano.
Junte-se a eles algumas crias da casa, como Paulo Victor e Samir, e outros valores regulares que já lá estavam e começa a surgir um time que não tem grande brilho mas pode, sim, ser bastante eficaz. Desde que aprenda a jogar taticamente de forma inteligente e moderna (atuando em bloco, como vem tentando fazer) e na ponta dos cascos em termos de condicionamento físico.
Curiosamente, no momento em que busca no mercado um grande nome para o meio-campo (tentou, sem sucesso, Conca, Robinho e Montillo), o Mais Querido vai descobrindo um meia clássico, como há muito tempo não se via na Gávea: Arthur Maia. Ele sabe lançar, sabe encontrar espaços no campo adversário e gosta de chegar na área para também fazer os seus golzinhos. Se continuar assim, merece vestir a camisa 10 que Zico imortalizou e o argentino Mugni até hoje não soube honrar.
Por falar no Galinho, que cobrança de falta espetacular de Canteros! Esta o maior jogador do Flamengo em todos os tempos assinaria com prazer.
Goela larga
A renda de Flamengo 4 x 0 Barra Mansa (12.933 pagantes, com 14.443 presentes) foi R$ 333.100. Dela, o rubro-negro ficou apenas com R$ 7.694,10, o Barra Mansa com R$ 10.297,72 e a FERJ com R$ 31.856,00. Precisa dizer algo mais para comprovar como é absurda a divisão do dinheiro entre os clubes do Rio e a sua Federação? Esteja onde estiver, o Caixa D’Água deve estar aplaudindo de pé…
Bem atrás
Os elencos da dupla Fla-Flu, entretanto, continunam a dever muito em relação aos mais fortes do país, como São Paulo, Corinthians, Atlético Mineiro e Internacional, que já tinham grupos fortes e se reforçaram ainda mais (o Cruzeiro se esfacelou).
Botafogo e Vasco? Ano complicado à vista…