Falando de Flamengo – A crise estabelecida entre o Flamengo e a FFERJ por conta do preço dos ingressos faz emergir mais uma vez um tema importante: Até que ponto a falta de um estádio próprio impedirá que o Mais Querido alce vôos mais altos?
Essa é uma questão mais complexa do que pode parecer. Já falamos sobre o tema aqui quando das primeiras negociações entre consórcio Maracanã e o Clube, e levantamos vários pontos importantes no sentido de viabilizar o sonho do estádio próprio.
O primeiro ponto sobre o tema é também o mais relevante. É preciso ter a consciência de que o Flamengo tem duas casas: o Maracanã, palco de gala de grandes conquistas, e a Gávea, Estádio José Bastos Padilha, lugar da formação de tantas gerações, locus de conquistas importantes para o Clube. O primeiro não pode NUNCA ser desprezado, mesmo tendo em conta as transformações ocorridas na sua forma e dinâmica de utilização. Já o segundo, precisa ainda se viabilizar como espaço possível para jogos de menor porte e como contributo para a revitalização da sede social do Clube.
O passo seguinte no sentido de viabilizar a Gávea, e sem ele não há outra hipótese, é “conter a sede de grandiosidade desmedida”. Uma boa parte da torcida acredita que o caminho seja apenas o de um estádio que a comporte por inteira. Infelizmente ainda não se conhece no mundo um estádio para 40 milhões de espectadores. Por isso, o Flamengo precisa atuar sob a perspectiva do possível.
Um estádio de até 20 mil espectadores responde perfeitamente como palco complementar ao Maracanã e também às demandas de grande parte dos jogos de menor procura. Outras hipóteses, na Baixada ou mesmo na Barra, não possuem viabilidade por conta da dinâmica de mobilidade da cidade, além disso, desprezar de uma só vez o Maracanã e a Gávea é esquecer toda uma história de glórias.
A partir dessa consciência podemos passar ao passo principal: o PROJETO. É ele que viabilizará a possibilidade do sonho.
Não adianta imaginar na Gávea um novo Maracanã, ou uma Arena Palestra, seria um “peru no pires”, mas o pires mais espetacular da cidade. Da Gávea se contempla ao mesmo tempo a Floresta da Tijuca, o Cristo, a Pedra da Gávea, toda a parte baixa do Jardim Botânico, a Lagoa e mesmo um pouco da orla da Zona Sul carioca. Não há cidade no Brasil com essa beleza e não são todos que enxergam essas qualidades, é preciso “visão” para tal. A Gávea precisa de um projeto compatível com sua localização privilegiada que tenha em conta, soluções para os impactos os paisagístico e logísticos. Assumir esse discurso do “lugar”, também na prática, seria uma importante ferramenta de legitimação de um projeto.
O passo seguinte é entender que se trata de um estádio para o Clube mas também para a cidade. O Flamengo deve “gastar apenas o que realmente for necessário” para a sua construção e manutenção. Uma estrutura singela, sem intenções megalômanas, soluções construtivas e de acabamento condizentes com essa idéia, podem sim viabilizar valores compatíveis com a realização da recuperação do estádio José Bastos Padilha. Sim, trata-se de uma recuperação do que já lá existe.
Soluções que envolvem outros usos especializados, retiram o foco dos custos daquilo que é fundamental e o Clube acaba por gastar mais do que precisa por uma pseudo viabilidade que na verdade inviabiliza, à partida, o próprio sonho. Por exemplo, comumente se diz que apenas com um shopping ou com um estacionamento o projeto se viabiliza economicamente. É possível que nas tabelas de Excel seja assim, no entanto, escavações naquele terreno, um campo de jogo sobre lajes e a geração de fluxo permanente de automóveis durante todo o dia acabariam por inviabilizar custos de construção e manutenção e perspectivas de aprovação junto aos órgãos públicos. São opções desnecessárias, fora da real necessidade do Clube. Com a renda dos jogos, venda de direitos de marca, cadeiras cativas e etc. é possível manter uma estrutura compatível com o uso esportivo. Um estádio ali poderia ter “zero” de estacionamento, viabilizados pelos futuros acessos de metrô (3) e ampla rede de ônibus já existente.
Por fim, e ainda sobre a idéia de respeito ao “lugar” que está inserido, caminhamos para um tema fundamental: a perspectiva de se” instaurar um processo que permita legitimar o projeto”. Sabemos que são diversos os interesses envolvidos entre os diferentes atores, os que desejam o projeto e os que vêem nele uma série de externalidades negativas para o seu dia-a-dia. Esses atores assumem, por vezes mais, outras vezes menos, posições que são, num primeiro momento justas e coerentes, estão atentos aos seus interesses mais básicos. No entanto, não podem ser posições absolutas antes mesmo que se constitua um processo de diálogo entre as partes.
Por isso, construir uma opção em conjunto com a prefeitura e as associações de moradores do entrono é condição sine qua non para que haja um equilíbrio ótimo entre o bônus e o ônus de se ter ali um equipamento para o Clube e para cidade. Ambas as partes devem conquistar e ceder terreno até que se encontre o equilíbrio entre os desejos. O Flamengo pode sim recuperar e potencializar o uso do seu estádio que lá existe e ao mesmo tempo contribuir para a recuperação de uma importante área da cidade num processo win-win, onde todos podem sair satisfeitos.
O processo de legitimação desse sonho é algo que não acontece instantaneamente ou poderá ser apresentado de uma hora para outra como se tratasse de uma opção única e consolidada. Aliás, vimos na ocasião da apresentação da arena de basquete, onde parece que esse processo de diálogo, sobretudo com a prefeitura, não se deu de forma afinada e a inserção urbana foi relativamente desprezada, que a ausência desse processo de dialogo mais alargado resulta em interferências no campo político com conseqüências negativas.
É fundamental para o Clube preparar variadas possibilidades que reforcem esse necessário processo de legitimação. São muitas as “armas” possíveis e, sem a pretensão de esgotá-las apresentam-se algumas como por exemplo: iniciar com larga antecedência o diálogo com os atores envolvidos; procurar nomes respeitados no cenário da arquitetura carioca (ou por que não nomes internacionais?); contratar mais de um estudo, e talvez promover um grande seminário sobre o tema, para ouvir diferentes profissionais e também os sócios que queiram contribuir (o Instituto de Arquitetos do Brasil seria certamente um lugar disponível para tal debate).
O debate amplo e a comparação entre ideias é salutar para a constituição de um processo honesto e consistente de legitimação. As idéias alcovitadas que surgem repentinamente em nada contribuem para um processo tranqüilo, vencedor, que nos permita alçar vôos mais altos. Vivemos o século XXI, os profissionais que fazem um belo trabalho hoje na direção do Clube não podem desconhecer a importância dos processos de legitimação da cidade, arriscando com isso a perda de oportunidades importantes.
Parciais do Estudo apresentado ao Clube (2014) de autoria dos Arquitetos Pedro Campos Costa (Portugal), André Luiz Pinto e Luiz Flórido (Brasil-RJ), que foi desenvolvido a partir das reflexões discutidas aqui no Falando de Flamengo.
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Flamengo já passou da hora de ter seu Próprio Estádio! além de não ficar dependendo de consórcio e FERJ, terá mais receitas com publicidades,patrocínio e renda.Time Grande tem que ter Estádio. E o Flamengo e gigante.Times com muito menos tradição e poder aquisitivo possuem seus estádios, chega a ser ridículo!
Também acho. Mais a diretoria assumiu agora...tem 2 anos. Você acha que em 2 anos da pra fazer o que não fizeram em mais de 100? Paciência. A galera só sabe reclamar, reclamar e reclamar...quero saber se você chega junto no ST? No fla em dia? No Nação? No anjo? Na timemania? Não vale dizer que não tem 1 real pordia pra ser sócio... se tem internet, já ta pagando mais que isso, nem que seja na lan house!
Acho que um estadio como o Pacaembu, o Independência e o Castelão do maranhão, seria ótimo para o flamengo, com capacidades entre 30 e 40 mil lugares, pois títulos do flamengo para mais de 60 mil pessoas deve sempre ser comemorado no Maracanã, pois como diz o post la estão as mais gloriosas historias do Mengão, e o que esses três estádios tem em comum, comodidade boa, pois atende todas as necessidade básicas de um ser humano em um jogo de futebol e um custo de manutenção não tão alto como em estádios de copa do mundo, não precisa uma cadeira almofadada, basta uma que possa sentar e encostar as costas, banheiros o suficiente para a quantidade de assentos no estadio, lanchonetes alugadas para interessados, com guichês e atendentes o suficiente para que não acumulem pessoas e formem filas gigantescas, e um aluguel que não seja tão caro a ponto de um copo de refrigerante custar 10 reais, coisas básicas para um espetáculo de futebol, não precisa de luxo, basta ser correto com o que pede as autoridades que liberam os alvarás de funcionamento, o belo estadio da Juventus custou 300 milhões de reais isso mesmo reais, é um dos mais elogiados na Europa.
20 mil estaria perfeito. Estaria sempre lotado em jogos de menores portes e seria exclusivo para socio-torcedor, aumentando ainda mais o programa.
Alem de nao pertubar mt a regiao, pois com ctz um estado maior será barrado pelos vizinhos e pela prefeitura.
O fla soh precisa de forca politica suficiente para conseguir aprovar isso, acho que ano de eleicao pra prefeito seria excelente. Entregar o pedido ano que vem, e se o prefeito nao desenrolar vai ser campanha negativa pra ele
Concordo Rafael, um estádio com capacidade para 15 ou 20 mil torcedores seria ideal para jogos menores, para o Carioca e amistosos. Temos um exemplo recente, que com criatividade conseguiu construir um estádio nos padróes para a Copa do Mundo, a Arena da Baixada. O grande problema era o espaço para a construção, criaram um caldeirão bem próximo ao gramado. Gostaria de parabenizar o Falando de Flamengo pelo belo texto, muito bem redigido. Quando leio as matérias do Globoesporte.com, sempre fico em dúvida se realmente foram escritas por profissionais. SRN
Pois é, por não ter um estádio próprio, fica-se a merce de chantagens de pilantras!!! Um clube d tamanho do Fla (um dos maiores do mundo... não é papo de torcedor fanatico, até pq posso ser fanático pelo Fla, mas, não sou 'cego'...) não pode ficar sem um estádio próprio. A PENSAR BLUES (FUTURAMENTE, AGORA Q SE SANEIE AS CONTAS DO CLUBE.... VIDA LONGA AOS BLUES. FORA CANALHAS. NUNCA MAIS. NUNCA MAIS SERÃO...). Saudações.
Eu não consigo enteder como o Grêmio, Internacional, São Paulo, Vasco, Corinthians, Palmeiras, Santos tem estádios, e o Mengão maior de todos não tem. Já tá na hora de ter o nosso caldeirão!
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Para que sai este projeto, é preciso que a maior torcida do mundo se conscientize que a união faz a força. É preciso força política, para isso os flamenguista cariocas precisam se juntar para eleger um prefeito flamenguista, assim "facilitar" as coias para o Flamengo. Hoje temos um vascaíno na prefeitura, logo o clubista não deixa que ele seja coerente em suas decisões. Precisamos de um prefeito Flamenguista! #FicaADica
O grande problema é esse : Sempre estamos pensando no maracanã, a não podemos fazer um estádio pra 50, 60 mil pq não podemos esquecer do nosso passado no maraca !!! Dane-se o maracanã, dane-se o passado mesmo com um estádio proóprio poderíamos separar alguns clássicos e jogos nele, agora, EU quero em 1º lugar ver o flamengo grande, não precisamos fazer um estádio na gávea tbm, até pq associação de moradores, tricolores, vascaínos, prefeito... irão inviabilisar entaõ procurem outra área, já tivemos um prefeito de DUQUE DE CAXIAS flamenguista roxo ,queria ceder um terreno isso a uns 6, 8 anos atrás, não fizemos, não é muito difícil conseguirmos outros terrenos assim, mas sempre é a mesma desculpa, DÚVIDO Q não existam centenas de investidores, chineses, russos, americanos, arábes... querendo investir em uma arena no RIO DE JANEIRO e PRO CLUBE DE MAIOR TORCIDA DO MUNDO , agora falta coragem e vontade dos blues!!!
Tambem penso e concordo exatamente como você Júlio, o flamengo é gigante e tem que pensar como tal . Não podemos ficar às margens de federação, consórcio ou políticos,somos uma nação e aproveitar que estamos entrando nos eixo depois de anos e muitos mandatos irresponsáveis para dar um passo único,que vai mudar a história do nosso clube . abraços!
Discordo de vc apenas no aspecto "falta coragem e vontade dos blues".Eles estão no poder há apenas 2 anos.Pegaram o Clube com a maior divida entre todos, tudo por fazer, da piscina ao CT, mesmo assim nunca ví uma entrevista de qualquer um deles que tenham descartado o estadio.Por outro lado, não me agrada essa história de arena pra 20 mil.Pode subir pelo menos mais 10-15 mil.Do jeito que estamos caminhando, logo teremos time forte, começarão a aparecer os títulos e a rapaziada vai comparecer até em jogo do FLA X Ibis.A ideia de Caxias é bem viável pela localização.Se a Gavea não der, constroem lá a tal da arena multiuso.Agora, pra quem já conheceu o San Siro em Milão, sua localização, dá vontade de mandar esse prefeito, associação de moradores, todos pra PQP!!! SRN
Não concordo que uma micro arena na gávea seja a solução para uma casa do Flamengo....O fla está se organizando...as receitas crescendo...pagando as dívidas....o processo é lento...mas aos poucos vamos conseguir montar times fortes e está sempre brigando por todos os titulos....ai teremos que finalizar esse CT, fortalecer a base....então chegaremos ao um ponto de equilibrio onde o fla poderá planejar a construção de um estádio de grande porte...para no mínimo 60 mil pessoas....fazendo parceria mas com capacidade para dar uma contra partida...acho que isso já pode ser iniciado em 2018...
O sonho seria uma arena pra 40 mil estilo a do Bayern de Munique, pra jogar jogos até as quartas e os de menor porte, as semis e finais seriam no Maracanã lotado tbm! O Fla irá lucrar muito mais e ainda ganhar mais títulos! É possível sim, não é preciso ser na Gávea, pois tem certas coisas que precisam ser mudadas para melhorar! SRN!
Uma arena do Flamengo com 40 mil lugares, possibilitando o clube ficar com todo o lucro liquido, poderia ser utilizado inclusive para finais de campeonatos, considerando que para o uso do Maracanã, as taxas são altíssimas, revertendo em baixo lucro e uma verdadeira extorsão.