No Campeonato Carioca, tamanho é documento

O Globo – Pelo menos em se tratando da história recente do Campeonato Carioca, os torcedores acompanham em 2015 uma edição bastante particular do torneio que já mereceu o epíteto de “mais charmoso do Brasil”. A começar pelo janeiro vulcânico, com recordes de temperatura no Rio e brigas públicas, em alta ebulição, com dirigentes de Flamengo e Fluminense contra a Federação de Futebol do Rio (Ferj), apoiada por Vasco, novamente representado pelo seu presidente Eurico Miranda, Botafogo e os pequenos.

Depois de quatro rodadas, uma pausa que há muito tempo não acontecia para um carnaval sem jogos, algo a que o torcedor já estava desabituado. Entre uma coisa e outra, 32 partidas que desmentiram algumas previsões, confirmaram outras, e cujos resultados deixam uma marca inequívoca, também pouco comum nos últimos anos, embora seja, em teoria, o mais esperado: a avassaladora supremacia dos quatro grandes sobre os pequenos.

Nas quatro primeiras rodadas, foram 12 jogos contra equipes de menor força e nenhuma derrota. Apenas três tropeços, os empates de Flamengo, Botafogo e Vasco contra Macaé, Volta Redonda e Tigres do Brasil, respectivamente.

É uma diferença abissal. Como comparação, nas quatro primeiras rodadas do Carioca de 2014, os grandes tropeçaram nada menos que oito vezes (média de dois por rodada), sendo duas derrotas.

A causa principal apontada quase unanimemente para este desempenho é alheia à organização do Carioca em si. Ao contrário dos dois anos anteriores, quando a Copa das Confederações e a Copa do Mundo apertaram o calendário brasileiro, os times tiveram, em 2015, um tempo de preparação maior na pré-temporada. Em campo, não se vê a vantagem física que em outras temporadas os pequenos apresentavam no início da competição.

O racha no debate sobre preço dos ingressos levou Flamengo e Fluminense a discutirem a criação de uma liga de clubes do Rio e até o rompimento definitivo com a Ferj. Por enquanto, alguns problemas antigos perduram: campos ruins, certo desinteresse do público e prejuízo financeiro para os clubes. E outros inéditos ou insólitos surgiram: o histórico da violência de torcidas organizadas ganhou capítulo novo com a invasão do vestiário do Macaé por torcedores do Flamengo. E o sufoco financeiro do estreante Barra Mansa chegou ao ponto de seu treinador contar que os atletas estavam comendo pão com mortadela por causa da economia nos gastos com alimentação.

O embate sobre os ingressos terminou num meio-termo: na maioria das partidas (jogos entre pequenos ou os que envolvem Vasco ou Botafogo), tem sido usado o preço defendido pela Ferj. Quando atuam no Maracanã, Flamengo e Fluminense cobram um pouco mais caro para tentar cobrir os altos custos do estádio. Passadas quatro rodadas, os números mostram que a redução de preços atraiu mais gente aos jogos, embora a frequência de torcedores esteja ainda muito longe de poder ser considerada boa.

A média de público do Carioca de 2014 foi de 2.828 pagantes por jogo, número que inclui todos os clássicos da Taça GB e as decisões de semifinal e final. Em 32 jogos do Carioca de 2015, o público pagante médio foi 3.644, um crescimento de cerca de 30%. Este número pode crescer, já que ainda não foi disputado nenhum clássico, e os jogos finais sempre levam mais gente aos estádios. Por outro lado, é possível também que muitos dos 88 jogos que ainda serão disputados até o fim da Taça GB percam interesse com a disparada dos grandes na tabela.

FERJ JÁ LEVOU R$ 307 MIL

Estender o olhar para as rendas revela alguma distorção. Dona, por força do regulamento, de 10% da arrecadação bruta de cada jogo, e sem dividir qualquer custo, a Ferj já levou R$ 307 mil, quase quatro vezes mais que o Flamengo, clube até agora com melhor resultado de bilheteria (lucro de R$ 84 mil). Nada menos que dez clubes, entre eles Botafogo e Vasco, amargam prejuízo na bilheteria.

Dentro de campo, foi também quase unânime a avaliação de que Flamengo e Fluminense começaram acima de Botafogo e Vasco. Embora tenha perdido vários jogadores com a saída da Unimed, o tricolor manteve seu principal craque, e Fred não está decepcionando: já tem 5 gols em quatro jogos. O Flamengo teve duas boas atuações coletivas no Maracanã, e Vasco e Botafogo dão sinais de começar por bom caminho um ano de reconstrução.

Coluna do Flamengo

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