Sempre que eu vejo algo que me remete ao passado, me bate um saudosismo da década de 80. Bons tempos que não voltam mais.
A história pode até se repetir, com personagens diferentes, mas nunca com a mesma essência de um tempo que marcou profundamente o coração de um menino que com o brilho inocente nos olhos, não sabia que ali diante dos seus olhos, estava jogando o maior esquadrão imortal rubro-negro de todos os tempos, capitaneado pelo nosso maior jogador, Zico, carinhosamente chamado de galinho de Quintino.
Nossos corações, eram divididos por todos àqueles que vestiam o manto como se fossem a segunda pele e não temo em dizer, que o maestro Zico tinha ao seu lado uma orquestra muito afinada composta por Raul, Leandro, Marinho, Mozer, Júnior, Adílio, Andrade, Tita, Lico e Nunes. Este esquadrão, jogava com amor à camisa e por paixão à maior e melhor torcida do mundo.
Então, voltando aos dias de hoje mais precisamente no jogo de estréia do campeonato carioca contra o Macaé, e sem exageros já que minha consciência me permite afirmar, que este jogo está à anos-luz de acompanhar a orquestra da década de 80. Tenho a plena consciência disso, porém vi que a vontade de jogar num time em que o jogo não tinha a importância de um jogo de final e que com o rosto sangrando e meio desnorteado, insistia em continuar em campo desafiando toda a autoridade do médico quando viu que ele não tinha condições de jogo. Ah! meus nobres torcedores rubro-negros, hoje eu vi um pouco do que é jogar com amor à camisa. O goleiro Paulo Victor, demonstrou que ainda existe em meio a esse mundo capitalista, que jogar no flamengo é mais do que vestir a camisa…. É tê-la como segunda pele.
Parabéns! Paulo Victor. A torcida reconhecerá o seu ato de amor e bravura pelo flamengo e sua nação.
Não devemos esquecer de citar uma menção honrosa ao centroavante Alecgol, que assumiu a responsabilidade de substituir o nosso goleiro nessas condições adversas, já que não podíamos fazer outra substituição. Ele mostrou que o jogador não veste somente o manto, ao dizer que: “com a camisa do goleiro César e as luvas do Paulo Victor não iria levar gol”, numa clara demonstração que a essência mística do manto, também veste o jogador como segunda pele.
É isso que está faltando ao flamengo e esse dia voltará o mais breve possível.
Saudações Rubro-Negras.
Silvan Filho / Thiago Gallo