Máquina do Esporte – A ideia de que os clubes brasileiros precisariam ser mais unidos pelo desenvolvimento do esporte está cada vez mais bem consolidada entre aqueles que pensam o futebol no país. Ainda assim, a prática está completamente distante dessa realidade, com exibições públicas de desavenças entre rivais.
É por isso que, quando Atlético Paranaense e Coritiba se unem, a medida deve ser muito bem vinda. Como resultado, potencializaram o patrocínio com a TIM, conseguiram valorizar o clássico no último fim de semana e, agora, querem ganhar sócios de maneira conjunta. Ou seja, só há o que ganhar com a estratégia.
Seria importante para o futebol brasileiro que a parceria funcionasse bem nos próximos meses. Não só pela valorização do futebol paranaense, mas para o país ter um modelo bem sucedido de união entre clubes.
Hoje, o melhor exemplo também vem do sul, onde Grêmio e Internacional fecham acordos em conjunto. Ainda assim, não costuma passar disso.
Outras tentativas nunca conseguiram ser bem sucedidas. No maior exemplo, o Clube dos 13 nunca conseguiu ir além das negociações por direito de televisão. Já o G4 Paulista tentou unir os quatro clubes do Estado, mas nunca conseguiu protagonismo. Hoje, as diretorias de São Paulo e Palmeiras nem sentam na mesma mesa, por motivos diversos.
Essa, aliás, é a grande dificuldade. Para que a união gere bons frutos é preciso tempo e planejamento. Hoje, isso é especialmente difícil porque as posturas mudam conforme a troca de gestão dos clubes. Se der certa a parceria, esse será o grande desafio de Coritiba e Atlético para os próximos anos.
É uma opinião burra. Isso só serve para Clubes rivais pequenos, ou que se assemelham em tamanho. Casos de Atlético-PR e Coritiba, Atlético-MG e Cruzeiro, Inter e Grêmio, Fluminense e Vasco…
Ou o Flamengo se juntaria ao Vasco para negociarem um aumento junto a CAIXA, quando o Flamengo na verdade deveria ter uma vantagem ainda maior, analisando o número de sua torcida?
Elk, permita-me discordar. Com todo o respeito. Acho que os clubes deveriam se unir e os times deveriam competir. O problema no Brasil é que os clubes só pensam em si. Sendo que alguns dirigentes querem tirar vantagem de sua posição, seja financeira, seja política.
Veja bem, não estou afirmando aqui que Vasco e Flamengo devem receber a mesma cota de TV. A coisa vai muito além disso. Os clubes, na pessoa dos dirigentes, deveriam se unir para melhorar o campeonato e, com isso, faturar mais. Sem dúvida, os times de maior torcida ganhariam mais com isso.
Sempre uso o exemplo das ligas americanas (NBA, NFL, NHL, MLB). Já estou sendo chato com isso…rs. Naquelas ligas, ainda que eles busquem o equilíbrio, por meio das premissas da teoria do equilíbrio competitivo, há times mais ricos que outros. Isso é natural. Quem possui maior clientela (torcida) venderá mais produtos licenciados, tenderá a ter maior número de torcedores no estádio, terá maior facilidade para internacionalizar a marca etc. Essa diferença faz com que atraia os melhores jogadores e reforcem esse círculo virtuoso. Claro que tudo isso na hipótese de manter uma boa administração.
Assim, apesar do equilíbrio, o Lakers vai vender mais camisas que o Clippers, por exemplo, e assim, faturar mais. A propósito, eles estão num nível tão acima, que focam a venda de camisa nos craques, algo que deixamos de praticar não sei porquê.
Há aspectos que vão além do valor das cotas, como o horário das partidas. Nem todo flamenguista está disposto a ir ao Maraca numa quarta-feira assistir a um jogo às 22h, em vez de assisti-lo com sua família. Com as dimensões e trânsito da cidade do Rio, se o cara não morar na Tijuca ou próximo ao estádio, vai chegar em casa 1h da manhã, tendo que acordar às 5h no dia seguinte para enfrentar o trânsito de novo. Ir em casa antes do jogo, é quase impossível para a maioria.
Na última quarta, contra o Boavista, às 19:30h, ainda que tivesse mantido o preço do ingresso acima do limite estabelecido pela Ferj, o Fla colocou 25.000 no Maraca, sendo 20.000 pagantes, contra 13.000 na quarta anterior, contra o Barra Mansa, às 22h, num início de mês.E ainda obteve um ticket médio ligeiramente maior. Claro que têm outros aspectos a se analisar, mas o horário não pode ser descartado.
Até hoje não vejo razões para não haver jogos no domingo pela manhã, como na Europa. Seria agradável ir a um jogo 10h da manhã no domingo.
As pressões junto à Federação pela redução da taxa seria muito mais efetiva se os clubes estivessem unidos em função da defesa dos propósitos coletivos, em vez de buscar aliança com os dirigentes da Federação em torno de propósitos particulares.
A internacionalização do campeonato também deveria ser algo a se buscar (claro, que organizando o campeonato antes). Nunca vi um jogo de Campeonato Brasileiro em outro país que não fosse na Globo Internacional. O país cuja Seleção mais tem títulos em Copa, que possui os maiores jogadores da história do futebol mundial e que revela grandes craques não tem seu campeonato principal vendido mundo afora. Enquanto aqui assistimos até campeonato português e ucraniano. Essa receita é indispensável. Poderia colocar nossos clubes num outro patamar financeiro, além de alavancar a internacionalização das marcas, com vendas de produtos licenciados.
Acho me alonguei na conversa…rs.
Enfim, há muito mais do que mencionei que pode ser alcançado por meio da união dos clubes. Porém, eles não conseguem enxergar além do campeonato que estão disputando.
Forte abraço e SRN.