Jornal o Dia – Enquanto posa para fotos, no Maracanã, Beto ouve alguém gritar: “Vasco!” A resposta de quem foi tricampeão carioca em cima do rival é de bate-pronto: “Vai chorar depois, hein!” Agora ex-jogador, o rubro-negro desde menino dribla a patrulha do politicamente correto e garante que, neste domingo, o Flamengo vai passar por cima.
O DIA: Como foi ser tricampeão carioca em cima do Vasco?
BETO : Uma fase especial. Cheguei ao Flamengo em 1998, vindo do Grêmio. Já em 1999 fui campeão, depois em 2000 e 2001. Flamengo e Vasco têm muita rivalidade. Quando você entra em campo, já vem com tudo.
Você entrava na brincadeira da torcida sobre a freguesia do Vasco em finais?
Eu tinha amigos vascaínos e flamenguistas. Rolava aquela zoeira de falar: “Hoje a gente passa o rolo, não vai perder esse jogo.” Se sempre fosse nessa harmonia, seria tranquilo, não existiria essa violência que há. Os caras hoje se programam para brigar.
Provocação para apimentar o clássico faz falta?
Faz bastante. Não tem mais aquele jogador que provoca, que fala: “Quem é Vasco? Não conheço ninguém lá.” Hoje, você abre o jornal, mas não tem aquela apimentada. Antigamente, cutucava mesmo. Eu era um, o Eurico (Miranda, presidente do Vasco) falava também. Outro dia, eu estava vendo um vídeo de quando fomos campeões. Eu estava dando entrevista, quando chegou o Julio Cesar e disse: “Eurico, agora vamos passar lá para pegar aquele chope que você ia beber.” Era uma rivalidade sadia. Hoje, se trata mais de violência.
Se você ainda fosse jogador, o que diria para esquentar o clássico?
Eu falaria que a gente iria passar por cima. E que eles estão subindo agora da Segunda Divisão. Tem que respeitar, somos os atuais campeões cariocas.
E as embaixadinhas na final do Carioca de 2000?
Marcaram muito (risos). Os torcedores sempre falam. Teve uma final, perdemos de goleada, e eu fui expulso por causa da provocação (embaixadinhas do Pedrinho). Prometi uma vingança, mas não contei a ninguém o que seria. Acabei fazendo quando estava perto de acabar o jogo. Ouvi torcida pedindo, tive que fazer. Em três anos de Flamengo, ganhei oito títulos. Passagem rápida, mas marcante.
No ano passado, o Flamengo foi campeão com um gol irregular de Márcio Araújo. O que dizer da arbitragem?
São garotos novos, que querem mostrar serviço e acabam atrapalhando, prejudicando até a carreira deles. Há muitos erros. É tudo rápido. Nós vemos de outra forma pela TV.
Roubado é mais gostoso? Acredita em má-fé?
Roubado não digo que seja. É erro. E falta de experiência.
Você jogou para as duas torcidas. Qual é a melhor?
A do Flamengo é totalmente diferente. Empurra, mesmo se o time estiver mal. Canta, grita e incentiva. Isso mexe com o jogador. Eu falava: “Vamos para cima dos caras.” É diferente de todas. A do Vasco é mais inquieta. Nos momentos bons, fica bem. Nos ruins, vaia. Isso prejudica.
Como você, nascido em Cuiabá, virou Flamengo?
Minha família toda é Flamengo. Na primeira vez que vim ao Rio (1991) fazer teste, fui ver um Fla-Flu. O Flamengo ganhou de 2 a 1, gol do Nélio, de calcanhar. Perto da hora do jogo, não tinha mais como andar. Fiquei atrás do gol e me apaixonei pela torcida. Eu me arrepiava, chorava…
Valeu Beto!
Honrou o manto.
Esse gostava demais de ganhar do Vasco.
Vi uma imagem que mostrava que o golo do Vasco no 1º jogo foi ilegal. Afinal, essa imagem é real ou montagem, por que todo mundo só fala no gol impedido do Fla e não menciona o do Vasco ? Nem a diretoria do Fla se defende nesse sentido quando abordam o gol de Márcio Araújo. Tô quase desistindo de achar que era real a imagem do gol ilegal do Vasco.
Pra que ficar discutindo com perdedor? Deixa eles chorando sozinhos!
Beto cachaça honrou a camisa do flamengo. Valeu Beto!
Sempre honrou o manto. Ferozmente, não tinha caô.
Vlw Beto!!!