Globo Esporte – Com a presença de dirigentes dos times e representantes do movimento Bom Senso F.C., a presidente Dilma Rousseff assinou na manhã desta quinta-feira, no Palácio do Planalto, em Brasília, a Medida Provisória (MP) que trata da renegociação das dívidas dos clubes com a União. A medida concede um prazo de até 240 meses com reduções de juros e multas para as entidades quitarem seus débitos. Em contrapartida, serão exigidas iniciativas de modernização da gestão, o chamado “fair play” financeiro, que prevê até o rebaixamento e a proibição de participação em campeonatos dos clubes que voltarem a atrasar pagamentos.
As regras passam a valer assim que a MP for publicada no Diário Oficial da União, o que está previsto para esta sexta-feira. Em seguida, haverá um prazo de 120 dias para que o texto seja apreciado pela Câmara dos Deputados e o Senado Federal, onde os parlamentares vão poder apresentar emendas e modificações.
O goleiro Dida representou o movimento Bom Senso F.C. na cerimônia. Ele ganhou elogios da presidente Dilma e ressaltou a importância das punições em caso de má gestão.
– A percepção de que todo o modelo deveria ser revisto e discutido fez com que as propostas do Bom Senso voltassem à tona. Houve um conjunto de erros que fez com que o Brasil deixasse de ser uma fábrica de talentos. Por conta disso, apoiamos a MP. Ela faz com que a CBF e as entidades esportivas sejam devidamente punidas em caso de gestão temerária. Definir claramente quem fiscaliza o cumprimento das leis também é fundamental para que alcancemos o sucesso esperado – afirmou Dida.
Também estavam presentes no Palácio o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, o ministro do Esporte, George Hilton, e o vice-presidente da República, Michel Temer, além de presidentes de clubes. Eduardo Bandeira de Mello, do Flamengo, foi o primeiro a discursar.
– O ponto principal não era o refinanciamento. Eram as medidas necessárias de responsabilidade e governância que viriam a revolucionar a gestão do futebol brasileiro. E o parcelamento das dívidas se tornava necessário na medida que os clubes precisariam de um alívio financeiro em seus fluxos de caixa para se adequarem a essa nova realidade severa, mas necessária – comentou Bandeira de Mello.
O ministro do Esporte lembrou que a assinatura da MP só aconteceu devido a um longo diálogo entre todas as partes.
– Gostaria de enfatizar que as condições que o governo oferece são resultado de um diálogo amplo, com absolutamente todos os atores envolvidos no futebol. O diálogo norteou todos esses atores. E mesmo nos momentos de tensão, houve a sensibilidade de que era preciso superar as diferenças para tornar possível esse dia de hoje, que chamaremos de novo marco que vai reestruturar esse espetáculo que é o futebol – afirmou George Hilton.
ENTENDA A MP
A MP assinada pela presidente Dilma prevê pontos relativos ao refinanciamento das dívidas e contrapartidas previstas no projeto da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE), que tramitou na Câmara dos Deputados durante um ano e meio.
Regras do financiamento
Os clubes brasileiros terão prazo de 120 a 240 meses (20 anos) para quitar seus débitos com a União. Governo, parlamentares e dirigentes debateram a questão. O Ministério da Fazenda queria um prazo de, no máximo, 180 meses. Mas os clubes afirmaram que um prazo menor seria inviável.
Nos três primeiros anos, haverá condições especiais para o pagamento das prestações. Os clubes poderão pagar parcelas mensais entre 0,16% e 0,5% do faturamento anual da instituição. Ou seja, se um clube tem um faturamento anual de R$ 100 milhões, poderá pagar durante os 36 primeiros meses uma prestação entre R$ 166 mil e R$ 500 mil. Passado este período, o restante da dívida seria parcelado em até 204 prestações iguais, completando os 240 meses.
Também haverá abatimento nas multas, nos juros e no encargo legal das dívidas. No caso dos que optarem por 120 meses, a previsão é de desconto de 70% das multas, 30% dos juros e 100% sobre o valor do encargo legal. Para quem optar por 240 meses, os descontos cairiam para 60% das multas, 25% dos juros e 100% sobre o valor do encargo legal.
Contrapartidas
A maior contrapartida exigida pelo governo é que as entidades que aderirem ao refinanciamento só possam participar de competições que tenham em seus regulamentos a obrigatoriedade da apresentação das certidões negativas de débitos (CNDs). O clube que não apresentasse os documentos estaria automaticamente rebaixado para a divisão inferior, podendo até ser impedido de disputar campeonatos.
A MP terá também regras para limitar em no máximo 30% a antecipação de receitas além do mandato em vigor do presidente. Haverá ainda uma limitação para os gastos dos clubes com a folha de pagamento do futebol profissional e medidas de incentivo ao esporte de base. Os dirigentes também poderão ser responsabilizados em caso de gestão temerária, com diversas penalidades.
Grande conquista da boa administração juntamente com o Bom Senso FC
O verdadeiro presidente do Brasil está ao lado direito da Dilma na foto, fato. O ÚNICO presidente que de fato apoiou as contrapartidas mais duras, como o Bom Senso FC.
Por isso que me divirto vendo os comentários “Timãoneses” na Globo falando que o Fla deve 2 bilhões e outras asneiras, tem muita gente que não sabe mesmo a revolução que esses caras estão fazendo.
Os outros clubes estão dois anos atrasados cronologicamente nessas medidas em relação à gente, mas o aperto nesse tempo foi tão brutal que na prática estamos à uns cinco anos avançados, com esse parcelamento sela uma nova fase na nossa vida, com dívidas pagáveis e caixa de sobra vamos fortalecer o futebol, as outras modalidades já auto-sustentáveis e com os incentivos fiscais já aprovados, finalizar o CT do futebol e começar o da base (não sei em que pé está) e, se Deus quiser, nosso sonhado estádio. SRN!!
É realmente muito gratificante ver que num momento histórico, para o futebol brasileiro, o presidente do nosso clube esta presente como um dos que mais batalhou junto com o governo, para que as contra partidas fizessem parte do pacote ( coisa impensável em gestões passadas).
Agora os outros clubes terão que correr atrás do que já fazemos a dois anos, enquanto isso nós que já fazemos controles administrativos mais rígidos colheremos frutos com a redução do valor das parcelas, o que fará com que tenhamos mais dinheiro em caixa!
SRN