ESPN – Não deve ficar apenas na discussão pela volta dos mata-matas ao Brasileiro. Em sua primeira reunião na última segunda-feira, na sede da CBF, no Rio de Janeiro, a comissão de clubes conversou também sobre adotar o modelo europeu no calendário brasileiro. Um dos motivos apresentados pelos dirigentes para a insatisfação atual é o prejuízo causado pelo conflito entre competições simultâneas.
De acordo com o regulamento vigente até o ano passado, um time que se classifique para as oitavas de final do mata-mata nacional não pode disputar o torneio continental, mesmo tendo conseguido a classificação.
O gerente de competições da CBF, Manoel Flores, acompanhou as conversas.
O diretor financeiro da entidade, Rogério Caboclo, foi o responsável por conduzir a troca de ideias.
Como a Medida Provisória assinada pelo governo federal para a renegociação das dívidas dos clubes acabou dominando a maior parte da reunião, ficou acertado um novo encontro no próximo dia 8 de abril para aprofundar o debate em torno do calendário e do sistema de disputa do Brasileiro.
“A gente teve a chance de colocar nossas angústias na mesa e temos a preocupação em relação ao calendário como está. Não é nem a questão da saída de atletas, mas existem competições que se entrelaçam e resultam em prejuízo para os clubes. Esse foi um momento para destacarmos pontos que devem ser abordados”, afirma o vice-presidente de futebol do Sport, Arnaldo Barros, ao ESPN.com.br.
“Não temos mais o direito de errar com o futebol brasileiro”, diz o mandatário do Santos, Modesto Roma Jr..
A pauta não é nova.
Em encontros com executivos da Rede Globo para rediscutir o futebol nacional no segundo semestre do ano passado, após a derrota de 7 a 1 da seleção para a Alemanha na Copa do Mundo, os cartolas falaram até mesmo em formalizar uma proposta.
Na ocasião, a ideia era que a temporada fosse disputada entre agosto e maio.
O atual presidente da CBF, José Maria Marin, se mostra contrário à mudança.
Outro empecilho é a Conmebol e a Libertadores, cuja final acontece normalmente em junho. Seria necessária uma articulação política com as demais confederações pelo continente para se antecipar a decisão.
A comissão de clubes é formada por Atlético-MG, Atlético-PR, Coritiba, Flamengo, Grêmio, Santos, Sport e Vasco.