GE – O Flamengo deu um grande passo na noite deste sábado no Tijuca Tênis Clube para garantir a terceira vaga nos playoffs do NBB 2014/15. Em ótima atuação do pivô Jerome Meyinsse, com 21 pontos, quatro rebotes e dois tocos, e boas participações dos hoje coadjuvantes Marquinhos, Olivinha e Benite, todos com 14 pontos, o atual bicampeão nacional deu um susto no último quarto, mas segurou o ex-flamenguista Caio Torres e derrotou o São José por 93 a 88 (55 a 34). O resultado positivo foi o 21º na competição e deixou os comandados de José Neto a uma vitória da terceira colocação geral. Só o Mogi das Cruzes, com uma vitória a menos e a dois jogos do término da fase de classificação, pode ameaçar a posição da equipe da Gávea.
– Começamos executando muito bem o plano de jogo que a gente tinha, defender um time que estava vindo de uma vitória por 105 pontos, e que era previsível vir com um poderio ofensivo grande. Nos preocupamos muito em defender e deu certo no primeiro tempo. No segundo tempo, a gente deixou de fazer isso e eles aproveitaram, principalmente com o Caio no jogo interior. É um time com um poderio grande de rebotes, o primeiro da Liga. Conseguimos uma vitória que, hoje, é a mais importante que a gente precisa – analisou Neto.
Segundo cestinha do time na noite deste sábado e com um aproveitamento de tiros de quase 50% (48.3%), o ala e capitão Marquinhos corroborou das palavras de seu treinador e enalteceu o pivô adversário e a dura vitória no fim.
– Fizemos um primeiro tempo muito bom, porém não conseguimos dar continuidade no segundo tempo, e o São José, liderado pelo Caio Torres, teve um desempenho muito bom. Nosso time vem com uma grande sequência de vitórias e felizmente conseguimos triunfar em mais uma partida complicada – disse Marquinhos.
Pelo lado do São José, Caio Torres foi o principal jogador. Com um excelente segundo tempo, o pivô foi o cestinha da partida. Ele deu trabalho dentro do garrafão e, mesmo bem marcado, ainda assinalou 26 pontos e pegou nove rebotes. Apagado na primeira etapa, o americano Baxter cresceu nos 20 minutos finais e marcou 14 pontos.
– Nossos dois últimos jogos foram assim, começamos mal e melhoramos no segundo tempo. Jogar aqui no Tijuca, contra o Flamengo, sempre é muito complicado. Nosso time demonstrou que é uma equipe que dá muito trabalho e essa derrota não nos abala – afirmou Caio Torres, que foi bastante provocado pelos poucos torcedores do Flamengo que compareceram ao Tijuca.
O Rubro-Negro volta à quadra na próxima quarta-feira, no mesmo local, para encarar o penúltimo colocado e já eliminado Rio Claro, às 20h (horário de Brasília). Os joseenses terão missão mais dura. No mesmo dia e horário, eles encaram o Franca. A boa notícia é que a partida não será disputada no Ginásio Pedrocão, que receberá um encontro evangélico. A Arena João Mambrini, em São Sebastião do Paraíso, abrigará o clássico do interior paulista.
A PARTIDA
A larga superioridade do Flamengo sobre o São José no primeiro quarto passou pelo desempenho da equipe dentro da área pintada. Com um time alto e forte no garrafão, os cariocas dominaram os rebotes (12 a 4), dificultaram o trabalho de Caio Torres e usaram e abusaram dos contra-ataques. O jogo tinha a cara de Jerome Meyinsse, responsável por 14 pontos, mais da metade de todo o time, e três rebotes. Quando não resolviam dentro, os pivôs abriam as jogadas para os arremessadores. Foi dessa forma que Marquinhos assinalou sete pontos, e o atual campeão converteu três de oito chutes para de fora contra nenhum do rival (27 a 14).
A vantagem permitiu ao técnico José Neto poupar quase todos os titulares no segundo quarto. Quem entrou, não deixou o nível cair no ataque. Marcelinho acertou duas seguidas de três, Benite e Olivinha, mais uma cada. Os 12 pontos do perímetro ajudaram ao Flamengo a abrir mais de 20 de vantagem (51 a 28). A confiança era tanta que Gegê arriscou uma ponte aérea para Felício. Não fosse o excesso de vontade na hora de cravar, a jogada estaria no top 5 da semana. O São José só não levou uma diferença maior para o vestiário por conta de uma queda defensiva dos cariocas e da entrada de Gustavo, que anotou nove pontos na parcial para fechar em 55 a 34.
Com os titulares de volta, o Flamengo viu o São José crescer depois da conversa no vestiário. Até então apagado, com apenas dois pontos, o americano Baxter chamou o jogo para si e anotou mais oito. Drudi e Caio Torres incomodaram. Sem a mesma intensidade, os cariocas viram a vantagem cair para 14 (68 a 54). Sentindo o perigo, Neto gritou, fez alterações e o time voltou a se distanciar. Meyinsse, fora de todo o segundo quarto, retornou à quadra para ser acionado e corresponder. Marquinhos também pontuou e ajudou a manter a diferença entre 15 e 20 pontos (77 a 60).
Os poucos torcedores que foram ao Tijuca tomaram um susto no último quarto. Disperso e vazado na defesa, o Flamengo “contribuía” com um péssimo aproveitamento ofensivo (25%). Em cinco minutos, a vantagem chegou a cair para nove pontos (79 a 70). Neto parou o jogo, chamou a atenção, e a postura mudou. Bastou forçar para o São José sentir o baque, e a diferença voltar para a casa dos 15 pontos (86 a 72).
Foi a vez de Zanon chamar seus jogadores para um papo ao pé do ouvido. Os paulistas reagiram mais uma vez. Caio Torres passou a ganhar tudo no garrafão e ajudou a trazer a diferença para apenas quatro (88 a 84), restando 18 segundos para o fim. Mas não havia mais tempo para uma virada. A vitória rubro-negra por 93 a 88 aproxima o time da terceira colocação geral da primeira fase do NBB.
FICHA DO JOGO
Local: Tijuca Tênis Clube, Rio de Janeiro (RJ)
Horário: 18h (de Brasília)
Rodada: 25ª
Escalações
Flamengo: Laprovittola (10), Marquinhos (14), Olivinha (14), Hermann (3) e Meyinsse (21). Entraram: Benite (14), Marcelinho (6), Gegê (3) e Felício (8). Técnico: José Neto.
São José: Laws (6), Valtinho (6), Baxter (14), Drudi (8) e Caio Torres (26). Entraram: Betinho (5), Dedé (8), Gustavo (11) e Renan (4). Técnico: Luiz Zanon.
Arbitragem
Árbitro 1: José Carlos Pelissari
Árbitro 2: Diego Chiconato
Árbitro 3: Gustavo Edson Mathias