“Recordar é viver” – Biguá

Compartilhe com os amigos

Moacir Cordeiro, mais conhecido como Biguá, foi um dos maiores laterais direito da história do clube.

Biguá nasceu em 22 de março de 1921 em Irati, Paraná e faleceu em 9 de janeiro de 1989, aos 67 anos de idade.

Lateral direito destemido e aguerrido, Biguá tinha uma disposição quase selvagem e não media esforços dentro do gramado, como se que cada jogo fosse o último de sua carreira. Foi um dos primeiros laterais a defender e apoiar em alto nível. A vitalidade do pequeno Biguá era tanta que o treinador na época chegou a escalá-lo como ponta direito em algumas oportunidades.

Biguá iniciou sua carreira jogando pela extinta equipe do Savóia de Curitiba em 1937 e com apenas 17 anos já atuava na equipe profissional.

Ao se destacar no Savóia, logo chamou a atenção do Atlético Paranaense, mas os dirigentes do Flamengo foram mais rápidos e fecharam a contratação de Biguá no segundo semestre de 1941.

Biguá logo caiu nas graças da torcida, sendo fundamental para a conquista do primeiro tricampeonato carioca conquistado pelo Flamengo (1942-1943-1944).

Biguá formou com Modesto Bria e Jaime de Almeida, uma das intermediárias mais famosas e legendárias do Brasil.

Em 1944, o grande jogador da equipe, Domingos da Guia, se transferiu para o Corinthians e indicou Biguá para o clube paulista. Biguá não aceitou, nem ganhando o dobro do salário que ganhava na Gávea. Tudo por amor ao clube.

Foram 388 jogos com a camisa rubro-negra e 7 gols marcado.

Biguá teve a carreira encurtada por uma contusão nos ligamentos do joelho. Se despediu em novembro de 1953 em um jogo contra o Botafogo. Ele não jogou, mas foi reverenciado por todos os jogadores e pela torcida rubro-negra. Biguá posou para foto com time, deu a volta olímpica, descalçou as chuteiras em pleno campo e saiu com lágrimas molhando a camisa que tanto amou. Entregou sua chuteira à um jogador do juvenil, Carlinhos.

Era considerado o maior lateral direito da história até o surgimento de Leandro.Quando parou de jogar, em 1953, era o recordista de jogos na história do clube.

Biguá não economizou muito dinheiro com o futebol mas foi o suficiente para comprar um apartamento. Trabalhou como funcionário do INPS (hoje INSS) e depois de aposentado, foi dono de um bar que ficava na sede do clube no Aterro do Flamengo.

O atleta foi homenageado pelo Flamengo dando seu nome a escolinha do clube em Curitiba, capital do Paraná.

Biguá é um Imortal Rubro-negro.

Extra:

Segundo o Zizinho, em reportagem publicada pela revista Placar, Biguá sentiu dor de dente antes de uma partida em São Paulo.

Sem muito tempo, pois não queria ficar de fora da partida, Biguá foi a um dentista da região central da cidade. Quando já estava sentado na cadeira e viu o dentista preparar a seringa de anestésico, foi enfático:

– Seu moço!Tira esses dois dentes, mas sem esse negócio para tirar a dor pois eu sou macho!

 

Rodrigo Ferreira. Somos Loucos e Fanáticos.

Compartilhe com os amigos

Veja também