Modesto Bria foi um grande personagem da história do Flamengo, tanto como jogador quanto como treinador.
Bria nasceu em 8 de março de 1922 em Encarnación, no Paraguai e faleceu em 30 de agosto de 1996 no Rio de Janeiro aos 74 anos idade.
Começou a carreira no Nacional do Paraguai, em 1940. Com grandes atuações, chamou a atenção do compositor e narrador esportivo, Ary Barroso. Rubro-negro fanático, foi até o Paraguai em um vô fretado para não chamar a atenção dos dirigentes do clube paraguaio, que quando deram conta, já havia perdido a sua grande promessa.
Volante de estilo clássico, Bria foi o ponto de equilíbrio de uma linha média que contava ainda com Biguá e Jaime de Almeida, trio que foi fundamental na conquista do primeiro tricampeonato carioca da história do clube.
Bria jogou por dez anos no clube, além do primeiro tricampeonato carioca (Bria ainda não estava no clube no título de 1942), o jogador também ganhou o Campeonato Carioca de 1953 (que resultaria no segundo tricampeonato). Foram 369 jogos e 8 gols.
Ao se aposentar, tornou-se técnico da categoria de base do clube. Nessa função, Bria viria a ser uma das figuras mais importante na formação de vários jogadores que viriam a fazer parte do melhor time da história do Flamengo, O time da década de 80.
Em 1967, quando treinava o time juvenil do Fla, Bria foi apresentado a um menino franzino cujo apelido era Zico, levado para a Gávea pelo radialista Celso Garcia. Titubeou por conta do físico do jovem, mas permitiu que fizesse um teste. Antes do final do treino, depois de muitas belas jogadas, o futuro “Galinho de Quintino” já havia impressionado a todos. O restante da história todo mundo já conhece.
Outro grande ídolo do clube com quem Bria esteve diretamente ligado foi Júnior. Nosso eterno Maestro jogava algumas peladas na praia, e foi assistindo a uma dessas peladas, que Modesto Bria convidou o ambidestro Júnior para fazer testes entre os jovens rubro-negros. Aprovado, Júnior é até hoje o jogador que mais defendeu o Manto Sagrado.
Modesto Bria também teve participação importante na formação do até então atacante, Mozer. Bria não via nenhum futuro no jogador nessa posição, então o convenceu a jogar de zagueiro. O resultado foi que Mozer é até hoje considerado por muitos, como o segundo melhor zagueiro da história do clube, atrás apenas de Domingos da Guia.
Depois se tornou auxiliar de treinadores como Paulo César Carpegiani e Carlinhos. Como treinador da equipe principal foram 83 jogos, com 45 vitórias, 15 empates e 21 derrotas. Foram 4 passagens como treinador (59, 67, 71 e 81).
Foi homenageado pelo Flamengo, dando seu nome a escolinha do clube em Petrópolis.
Modesto Bria, um paraguaio carioca. Modesto Bria um imortal rubro-negro.
Rodrigo Ferreira. Somos Loucos e Fanáticos.
Essa é a primeira matéria da série “Imortais rubro-negros”, que contará a história de jogadores, treinadores e personalidades que fizeram parte do Clube Mais Querido do Mundo e que já nos deixaram, mas que estarão sempre imortais na história do Flamengo.