Lancenet – A água estava lá, em grande quantidade. O jogo parou, os times foram para o vestiário e a interrogação surgiu. Mas foi questão de tempo para que o gramado do Maracanã tivesse boas condições de jogo, e o clássico entre Flamengo e Vasco pudesse continuar. A razão para isso, segundo explicou a concessionária, está nas entranhas do palco da final da Copa-2014.
– O sistema é todo automatizado. A água que infiltra no gramado é escoada por tubulações, vai para uma galeria e, lá, ela é bombeada para fora. São quatro bombas automáticas, com vazão de até 250 m³/h. Choveu muito. Os dados da Prefeitura mostram que choveu 88 mm³ por hora. O recorde da Tijuca foi 99 mm³. Estivemos com 90% do recorde. Realmente foi muita água, em um curto espaço de tempo. A bomba funcionou – explicou ao LANCE! Fernando Cunha, gerente de manutenção do Maracanã.
As quatro bombas de drenagem do gramado ficam no setor Norte, já que, pela inclinação das ruas do entorno, é para aquela direção que a água vai (Praça da Bandeira). Mas se tivessem mais bombas o escoamento seria mais rápido? O diretor de engenharia do Maracanã, Celso Stanzani, explica que não.
– Foi a chuva mais intensa que tivemos aqui. O que aconteceu, diante dessa intensidade toda, foi o tempo que levou para passar pelo gramado. Porque há camadas de grama, raiz, material orgânico, areia, brita… Esse tempo faz parte do sistema de drenagem. E ele estava embaixo, esperando para bombear a água. Pode ser que no gramado sintético seja mais rápido, mas não há método diferente do que há aqui – disse ele, acrescentando que água do Rio Joana não impediu escoamento do estádio.
ÁGUA NOS CORREDORES
Ao mesmo tempo em que a verificação de todo sistema do interior do estádio foi necessária, começou a entrar água pelo estacionamento, cujo acesso é o portão 9 (na Rua Eurico Rabelo). Corredores e até o auditório ficaram molhados (a limpeza ocorreu ontem). Saia justa que o Maracanã confia (e aguarda) na Prefeitura para resolver.
– É horrível, mas esse é um problema de macrodenagem da região. Temos visto algumas ações da Prefeitura. Acredito que vá resolver. Na Praça da Bandeira, por exemplo, não teve nada. Qualquer ação que o estádio vá tomar será barreira de contenção para deixar o problema no lado de fora. Acreditamos que cada um tem que fazer seu papel e isso será resolvido – completou Celso, ressaltando que não influenciou na decisão da arbitragem de retomar o jogo.
É possível que a drenagem atue com metade da capacidade?
Tínhamos um sistema de economia de energia, adequando o estádio para o Carioca. Nos jogos que passaram, houve diminuição de luz, alinhada com os times participantes. Com bomba, sistema de segurança, nunca vamos fazer isso. No clássico estava tudo 100%.
Qual foi o procedimento diante do temporal no clássico?
O sistema, apesar de ser automático, quando tem uma crise dessa, vamos verificar todos os pontos para ver se tem problema. Este é um processo natural. Vimos que o sistema estava funcionando adequadamente.
Para onde foi a água toda?
Nós guardamos no reservatório de reuso da água para o gramado. Ele é isolado. Como colocam-se nutrientes e produtos, isso potencializa o tratamento. Água que cai no gramado, volta para o gramado.