ESPN – Alguns clubes grandes, como Vasco e Grêmio, articulam a volta do sistema mata-mata ao Campeonato Brasileiro. Não deve ser pelo desejo de mais torcedores nos estádios.
A última vez em que o principal campeonato do país teve a fórmula desejada por gremistas, vascaínos e algumas federações, foi em 2002. Naquele ano, as finais foram emocionantes, com Corinthians e Santos decidindo o título em dois jogos com Morumbi lotado.
Mesmo assim, o Brasileiro daquele ano terminou com média de 12.886 torcedores por jogo, e ainda assim foi melhor do que as registradas em 2000 (11.546) e 2011 (11.400).
No ano passado, com pontos corridos, o Nacional teve média de 16.555 pagantes por jogo, um crescimento de 28% em relação a 2002, o ano derradeiro do mata-mata.
Quem mais se beneficia dos pontos corridos são os times grandes. Além de mais mandos de campo (19 contra de 12 a 16 em 2002), 10 dos 12 clubes mais tradicionais do pais viram suas médias de público disparar na comparação entre 2002 e 2014.
As exceções foram Atlético-MG e Santos. E ambos têm motivos para isso. O primeiro deixou de jogar no gigante Mineirão para atuar no acanhado Independência (onde sua média de ocupação é muito melhor). Já o time do litoral paulista foi o campeão em 2002 e fez campanha medíocre em 2014.
Para os outros dez, o crescimento foi bastante expressivo, indo dos 27% registrados pelo Corinthians até os 180% obtidos pelo Botafogo. Na média, o aumento de bilheteria nos jogos com mando dos grandes entre 2002 e 2014 foi de 49%, passando de 16.792 para 25.013, número já bem próximo do registrado no Espanhol e no Italiano.
Ironia é o que acontece com o Vasco, um dos líderes da volta do mata-mata. Em 2002, o clube teve média de 5.234 pagantes como mandante na primeira divisão do Brasileiro. No ano passado, estava na Série B, que também teve pontos corridos. E seu público médio foi de 12.989 pagantes por jogo, ou 148% maior do que no último ano com mata-mata.