Enfim o adeus. Depois de 10 anos e mais de 500 jogos, Leonardo Moura escreveu o último capítulo de sua história no Flamengo. Recebido com festa por 30 mil pessoas, o lateral-direito teve a despedida dos sonhos, com direito a placa entregue por Zico, assistência e volta olímpica.
Durante o tempo em que esteve em campo, Léo mostrou a categoria de seus melhores dias. Sem precisar se preocupar com a marcação, diante de um adversário que pouco incomodou, o lateral-direito apareceu com frequência no ataque, driblou e deu bons passes – um deles para a finalização precisa de Eduardo da Silva, que abriu o placar.
Luxemburgo voltou a escalar a equipe com um centroavante e sem um meia de criação, com Alecsandro mais centralizado, Cirino aberto pela direita, Gabriel pela esquerda e Eduardo vindo de trás. Apesar de dominar todo o primeiro tempo, o time voltou a ter dificuldade de povoar o meio-campo com essa formação, recorrendo muitas vezes a passes longos (principalmente de Canteros e Márcio Araújo, que tiveram bom desempenho nesse fundamento) e jogadas pelas laterais. Com Everton e Artur Maia a equipe mostrava maior coesão e dinamismo, que precisam ser resgatados para aumentar o repertório ofensivo e ter um time mais incisivo.
Boa oportunidade para os garotos
Na volta para o segundo tempo, com um time praticamente todo novo, Luxemburgo deu oportunidade a Jorge, Matheus Sávio e Douglas Baggio, que responderam bem. O primeiro com boas subidas ao ataque, mostrando força e segurança pelo lado esquerdo. O segundo com boas jogadas pelo meio e um gol. Confiante, Matheus Sávio ainda obrigou o goleiro do Nacional a defender outro chute seu de fora da área, pouco antes de ser substituído para o retorno de Paulinho. Baggio não conseguiu se destacar tanto quanto seus companheiros da Base, mas se movimentou bastante, abriu espaços e se apresentou para tabelar. Faltou uma oportunidade clara para mostrar seu faro de artilheiro.
A decepção ficou por conta de Lucas Mugni. Mesmo contra um adversário desfalcado e jogando a meio gás, o argentino pouco apareceu. O oposto de Jonas, que voltou a demonstrar qualidade no passe, nos desarmes a até mesmo habilidade para sair da marcação adversária. Ainda sobrou tempo para testar o goleiro uruguaio em dois chutes potentes de longa distância.
A despedida seguiu o roteiro desejado: vitória, homenagens, emoção e passagem de bastão – no caso, da faixa de capitão para Wallace. Para o Flamengo, mais que um treino de luxo, o amistoso foi a chance de agradecer pela dedicação de um jogador que, sem ser craque, se tornou um símbolo da história recente do clube. Para Léo, uma noite inesquecível e merecida. Agora, cada qual seguirá seu caminho em busca de novas conquistas. Uma separação inevitável e que neste momento parece a melhor opção para as duas partes.
Valeu, Moicano! Mas a vida segue e a torcida, especialmente aqueles que compareceram ao Maracanã nesta quarta, precisará entender essa transição, apoiando o jogador que vier a ocupar o espaço do ex-camisa 2. É tempo de escrever novas histórias.
Saudações Rubro-Negras!
Por Camila Miranda
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