Canta mais, flamenguista!

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Mundo Rubro-Negro – Fica chato falar de humanos, esse bicho esquisito, pois logo alguém ofendido vem falar que isso é arrogância ou coisa do gênero. Humanos que falam bem de humanos, elogiam, estes são festejados. Quando aparece um lúcido para chutar o balde, dizer o que ninguém quer ouvir, esse já é logo condenado. Humanos se odeiam, disputam cada pedaço de pudim, passam rasteira uns nos outros, mentem deslavadamente, exploram, escravizam, mas temos que dizer que humanos são lindos, superiores e fruto da criação de alguma divindade.

Também, falar mal de flamenguista é coisa que ninguém faz impunemente. Mas eu, que sou mais da filosofia que da simpatia, devo, sendo rubro-negro há 35 anos, soltar o verbo e mandar: que povo estranho é este que não canta as canções que poderia? Quem, no mundo, tem tantas e tantas belas canções, pra jogador, pra torcida, pra camisa, pra cantar quando ganha e goleia, pra cantar quando perde e pra cantar quando tem saudade?

A questão é simples: nenhum clube do mundo tem tanta riqueza cultural em sua história. O Flamengo não é só o maior clube brasileiro pelas belas conquistas ou pela maior torcida, mas é sobretudo o maior pela importância cultural. É filme, teatro, fotografia, pintura, crônica, é toda a manifestação artística a escrever Flamengo por mais de 100 anos. É novela, é crime de goleiro, é jogador morrendo cedo, é briga pra lá e pra cá, é de tudo um pouco, que bastaria o Flamengo para contar a história da sociedade moderna.

E o flamenguista, este sujeito que pisa nos astros distraído, parece ignorar a imensa riqueza que possui nos bolsos e vai comer salgadinho frio no boteco da esquina. Inexplicável o rico-pobre torcedor querendo inventar musiquinha, faz versão de coisas que já não prestam no original, canta achando que tá arrasando. Nestas horas que aparece versão de Roupa Nova, me vem aquele meme famoso do Capitão Picard, com a mão no rosto pela vergonha-alheia.

Hino original cantado no estádio? Nunca ouvi. “Flamengo, Flamengo, tua glória é lutar”, “Flamengo joga amanhã eu vou pra lá, vai haver mais um baile, no Maracanã”, “É falta na entrada da área, Adivinha quem vai bater, É o camisa 10 da Gávea”, “Olha o Manto Sagrado cruzando o gramado, A bandeira subindo na arquibancada, Olha o grito de guerra, Olha a batucada, Empurrando o time a cada jogada”, “Quem é que faz a alegria do povo? Mengo! Sacode galera, tem Mengo de novo, Mengo!”. É verso que não acaba, poesia da boa, dezenas de poetas inspirados, gênios como Wilson Batista e Jorge Ben, uma vasta coleção de canções perfeitas. Por qual razão não cantar com o passado?

Com sinceridade, é difícil compreender os humanos e suas crenças tolas, seu medo de tudo e sua obsessão por grana. Mas confesso não entender também o flamenguista, aquele que mais pode tirar onda com música boa. Prefere inventar paródia de gosto duvidoso, parece que não tem o que cantar. Que o novo venha, novas melodias à altura do manto rubro-negro, mas que se entenda, “fazer samba não é contar piada, e quem faz samba assim não é de nada. O bom samba é uma forma de oração”.

Orra, é Mengo!

Gerrinson. R. de Andrade

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  • AMIGO SÓ TENHO UMA COISA PRA DIZER SOBRE SEU POST.
    SHOW DE BOLAAAAAAA!!!

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    SHOW DE BOLAAAAAAA!!!

  • O fla vc nao ver vc sentir se vc nao sente essa emocao demtro de vc e por que vc nao e flamengo. Te amarei ate q a morte nos separe meu mengO .eu sou pobre sou favelado sou negro sou rubro negro de coaraçao

  • O fla vc nao ver vc sentir se vc nao sente essa emocao demtro de vc e por que vc nao e flamengo. Te amarei ate q a morte nos separe meu mengO .eu sou pobre sou favelado sou negro sou rubro negro de coaraçao

  • Também curto esse estilo mais tradicional. Acho que a torcida poderia utilizar essas tantas letras (poesias) sobre o Fla e fazer sua versão na arquibancada. Seria muito massa.

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