Fonte: Deixou Chegar
Não vi Carlinhos jogar. Não pude vê-lo nem mesmo treinar o Flamengo, em qualquer uma de suas sete passagens pelo comando do clube. Eu não tinha nem quatro anos quando o Violino venceu seu último título pelo Fla, em 2000. Ainda assim, a notícia de sua morte, provocada por uma insuficiência cardíaca, na manhã desta segunda-feira, deixou o dia muito mais cinza. Meu coração se apertou e a tristeza o invadiu.
A imagem que guardo de Carlinhos é do ídolo, já em idade avançada, na inauguração da praça que leva seu nome, na sede do clube, aos prantos. Ali, pude perceber o tamanho da memória construída por ele, que recebia flores em vida, e entender um pouco melhor o que representava.
O Violino foi daqueles raros exemplos de jogadores, técnicos, personalidades, que traduzem a identidade de um clube. Ele era o comandante “que não mudava o timbre de voz, mas tinha uma firmeza admirável”, como descreveu Gilmar Rinaldi. Foi o meio-campista leal, de postura exemplar e, depois de mais de 500 jogos pelo clube, encerrou a carreira como um dos poucos atletas a levar o Prêmio Belfort Duarte, por nunca ter sido expulso. Um profissional que respirou, suou e sangrou Flamengo durante décadas.
Carlinhos era um pedaço quase que institucional do clube. Foi um dos melhores modelos de amor, de entrega ao Fla que poderia haver. De um ser humano que foi grande desde o primeiro dia em que entrou na sede da Gávea até o dia em que saiu de lá, gigantesco, homenageado com busto e nome de praça. Numa época de ídolos descartáveis e amores sazonais, relembrar Carlinhos será sempre importante.
Eu poderia listar aqui os títulos do Violino; o momento em que ele recebeu as chuteiras de Biguá, ou o em que entregou as suas a Zico; quando comandou times desacreditados a conquistas nacionais e continentais, mas não seria justo. Porque a história de Carlinhos não se traduz em números, estatísticas e vitórias. O Violino foi muito maior do que isso. Foi um pilar fundamental do que se tornou o Clube de Regatas do Flamengo. Quando quisermos entender um pouco mais sobre o Fla, pensemos em Carlinhos. São praticamente sinônimos. Descanse em paz, Violino. As suas últimas lágrimas somos nós quem derramamos.
RIP Violino e obrigado por tudo.
Eu vi Carlinhos jogar. O primeiro meio de campo rubro-negro que pude ver jogando foi Carlinhos e Nelsinho…assim, do típico 4-2-4, do time campeão de 1965, em que jogava o ídolo da família…Murilo. Estilo clássico-simples, sem qualquer firula, jogando sempre em harmonia musical. Não deu outra. Waldir Amaral o eternizou como “O Violino”.
Prezado Bira 100..
Não vi o grande Carlinhos jogar!!mas o vi treinar “..times desacreditados..” e nos brindar com títulos memoráveis ..gostaria de ter usufruído esse privilégio q vc teve !!!!SRN..
Olá Claudy! Ver Carlinhos como treinador também foi um privilégio. SRN!!!
O Flamengo poderia declarar o titulo de 1987 como o titulo mais importante de nossa História por tudo que envolve o técnico aquela geração , o cumprimento da palavra dada por todos os cartolas que assinaram o não cruzamento com a serie b ou c daquele ano e principalmente para sempre lembrar do tipo de dirigentes JUDAS que ainda estão por ai .OBRIGADO CARLINHOS , OBRIGADO VIOLINO .
Eu vi. Não jogar, mas comandar o Mengo. Que saudade. Quanta humildade em tanta grandeza. Quando mais precisávamos de um soldado o grande General Carlinhos se oferecia às luzes e, sem qualquer choro e ranger de dentes, declarações rancorosas para as hienas na imprensa ou pretensões, retornava à penumbra após o trabalho feito, uma vez entregue a taça à torcida. De que matéria era feito o grande comandante que partiu? Como homenagear aquele que não fugiu aos desafios sem arrotar grandezas, sem jamais se enaltecer? De que matéria foi feita Carlinhos?