Fonte: República Paz & Amor
O jogo terminou. 40 mil pessoas e o barulho devastador da decepção, da incredulidade, do amor e do ódio que só uma derrota do Flamengo, dentro do Maracanã, é capaz de gerar. Fora dele também. Diante da tv de última geração, do gatonet da comunidade, do resistente rádio de pilha, ou das transmissões online, nosso time nos consome em dia de derrota. Foi assim sábado passado. Tem sido assim desde que a Pherusa foi construída. Se o Flamengo perde eu não quero almoçar, eu não quero jantar, eu não quero transar (o último verbo é licença poética). Mas, tudo isso é consequência de escolhas, decisões e caminhos de uma direção e de um conselho (de futebol) que não aconselha. Crimes e Pecados de Woody Allen define. Meu personagem favorito da história, o Professor e Filósofo Levy, proclama: “Durante toda a nossa vida, enfrentamos decisões penosas, escolhas morais. Algumas delas têm grande peso. A maioria não tem tanto valor assim. Mas definimos a nós mesmos pelas escolhas que fizemos. Na verdade, somos feitos da soma total das nossas escolhas.” O Futebol do Flamengo hoje é feito da soma TOTAL das escolhas da diretoria. Escolhas erradas, infelizmente. E elas punem. Um início de ano vergonhoso. A conta da péssima preparação lá de trás está chegando agora: técnica, física e TÁTICAMENTE. Não me venham com o velho blá-blá-blá do “Mas nosso elenco não é diferente do que temos por aí?” E desde quando devemos nos nivelar pelo que temos por aí? Se não podemos nos comparar com os que não rezam nosso credo da política de austeridade, então também não podemos pensar que estamos no “mesmo nível” dos demais em campo. Virem a tabela de ponta a cabeça aqueles que não concordam comigo.
Quero falar de Cristóvão e seu esquema 4-3-3 para enfrentar um dos times mais “encorpados” do campeonato. Contra os meus princípios escrever coisas do tipo “contra o Atlético MG um dos melhores times do campeonato”. Na minha história rubro-negra só tem espaço para eles sendo piores, sendo fregueses, sendo galinhas. Pois bem, perdemos para o time que votou contra a MP de responsabilidade fiscal. Perdemos para o time que tem salários atrasados. Eu não disse que eles sempre serão menores que nós?. Porém perdemos para eles DENTRO DA NOSSA CASA. E por qual motivo? Só um gênio para responder. Então recorro ao Einstein. Para não ter ciúmes com meus 11 leitores geniais que também tem essa resposta. Perdemos por INSANIDADE, que é fazer a mesma coisa repetidamente esperando resultados diferentes. Isso foi o time do Flamengo em campo. Ou melhor, é. INSANO. Mas, aí o nosso técnico (que eu já ouvi estar sendo ameaçado pela vinda – MEU DEUS MAIS UM – de Oswaldo de Oliveira!!!!!) não olha pra nossa DERRAPANTE (entendendores, entenderão) defesa e arma um meio-campo daquele “jeitinho”, INHO mesmo, e toma-lhe. Voltando o pseudo alemão, protegemos nossa zaga e vida que segue. Segue? Recorro ao Woody Allen de novo, em Crimes e Pecados, e ao questionamento do filósofo que já não crê em sua filosofia: “É que as mentiras já não mentem.” Paulinho, Cirino, Éverton, Samir…a vida deles como ela é. E o conselho que não aconselha.
Com meu coração sagrando preto e vermelho ouso escrever de um técnico no dia de hoje. Escrevo do Cristóvão e sinto dor, pois agora não posso mais gritar da arquibancada, como fiz no sábado passado, ao ver a escalação, alterações, e afins: VOLTA CARLINHOS!!!!!!! Eu agora não posso mais clamar por ele, como uma forma de protesto, benção ou desespero. Que DOR! Estou triste, de luto e saudosa pela morte do Violino, do Carlinhos, do técnico que é sinônimo de AMOR. Ao Flamengo, ao Futebol, ao Manto Sagrado. A ele todas as honras e glórias pelos títulos que me deu, pelas vezes que estive com ele e pedi sem nenhum pudor: “Professor, posso te dar um abraço?” E com um sorriso acolhedor e a mansidão de um gigante, escutar: “SIM”. Hoje meu coração rubro-negro está desolado, mas, os títulos, a doçura, a dedicação ao Mais Querido do Brasil que ele nos deixou…é um solo. Um solo de violino apaixonado. Que o Flamengo volte a vencer, para que o meu mundo possa ser mais mundo. Para que a poesia (rubro-negra) volte a ser folia em minha vida.
Pra vocês,
Paz, Amor e Coragem.
Vivi Mariano