Fonte: UOL
Enquanto o Flamengo encara problemas estruturais em seu CT por ter começado a obra sem os recursos necessários, o Fluminense quer evitar que a construção de seu centro de treinamento siga o modelo do rival, que começou a erguer o Ninho do Urubu há quatro anos sem ter receitas suficientes e, por isso, não deve concluir o projeto antes do fim de 2017.
Para evitar a mesma demora do Rubro-negro, o Fluminense optou inicialmente por uma opção pouco ortodoxa de planejamento: o clube tomou empréstimo milionário com o vice presidente de projetos especiais, Pedro Antônio Ribeiro, que também é o responsável direto por coordenar a construção. A ideia é acelerar o projeto e evitar perder tempo e dinheiro com atrasos.
A estratégia reduziu o tempo necessário para começar a tirar o projeto do papel. Empresário bem-sucedido, Pedro Antônio tem investido dinheiro do próprio bolso diretamente no CT. Foi assim que, mesmo sem recursos, o Fluminense iniciou aceleradamente o processo de aterramento e estabilização do terreno de cerca de 40 mil metros quadrados em Jacarepaguá.
“A gente poderia iniciar as obras [sem ajuda financeira], mas num ritmo bem menor, pois dividiríamos o valor total em alguns anos, esperando algumas vendas em atletas para fazer o investimento. O Pedro é o responsável por tudo que está acontecendo aqui. Conversando sobre essa situação, percebemos que poderíamos fazer a mesma coisa, mas invertendo o processo. Pedro faz esse investimento inicial e o Fluminense, ao invés de esperar vender jogador, separa uma parte do valor para ele”, explicou o presidente Peter Siemsen.
A ajuda de Pedro Antônio serve para compensar o menor poder de investimento do Fluminense comparado ao Flamengo, por exemplo. O próprio empresário citou o poderio financeiro do rival ao fazer uma brincadeira em evento de apresentação das obras para a imprensa.
“Só de renda com direito de transmissão, o Flamengo vai receber R$ 110 milhões a mais que o Fluminense, o que daria para construir dois centros de treinamentos desse. Estive com o Eduardo Bandeira [presidente do Flamengo] na quarta e perguntei se não dava para pagar o nosso CT [risos]. Passei a reunião em Brasília ao lado de ele. O Flamengo passou os primeiros cinco anos de sua história treinando nas Laranjeiras, podia dar uma contrapartida agora, né. Não pagaram aluguel naquela época [risos]”, provocou em tom bem-humorado o dirigente tricolor.
O planejamento do Fluminense é iniciar os treinos no CT já no segundo semestre de 2016, ainda sem algumas partes concluídas, mas com os campos prontos. A conclusão do projeto ainda não tem previsão, mas a intenção é terminá-lo antes do fim de 2017, data-limite usada pelo Flamengo atualmente.
Torço muito para que o Flamengo e Fluminense terminem seus CTs e tenham uma ótima estrutura para não mais servirem de chacotas. Aliás, com esses presidentes modernos e com muita visão de gestão, juntos farão muita coisa boa para os seus clubes.