Fonte: Diário da Manhã
O Brasil foi perdedor da Colômbia, seu principal jogador marginalizado da Copa da América por deplorável comportamento disciplinar simultâneo com inominável desastre técnico, a Seleção Sub-20 derrotada na final com a Sérvia, a Seleção feminina perdeu a partida decisiva da Copa do Mundo para Austrália, o Cruzeiro se viu derrotado pela Chapecoense em pleno Mineirão, o São Paulo perdeu dois pontos para o Avaí no Morumbi, o Vasco amargou mais um derrota no Brasileirão, dessa vez para o Sport Clube Recife e continua sem nenhuma vitória, o Goiás perdeu para o lanterna Joinville, o Atlético Goianiense amargou mais um resultado decepcionante – derrota para o América Mineiro – e está próximo da zona de rebaixamento, o Corinthians, que está a perder a maioria dos seus jogadores, somou mais uma derrota na Série A, o Curitiba se afunda no G-4 do rebaixamento, o Bahia dá sinais de não ter time para sair da Série B, a seleção de Dunga se reafirma melancólica realidade – este o panorama que retrata o futebol brasileiro cada dia mais desolador.
A pobreza técnica é certamente reflexo da financeira. Recentemente o governo federal concedeu 20 anos para os clubes brasileiros pagarem a sua dívida para com a Previdência. A do Corinthians é de 360 milhões, a do Botafogo 250 milhões e na casa de centena de milhões praticamente toda as nossas principais agremiações. O clube corintiano é a maior surpresa. Depois de dar a impressão de muita opulência, após grandes conquistas nacionais e até internacionais, não tem dinheiro sequer para a maior parte dos salários dos jogadores. Consta que a grande conquista representada pela construção da Arena corintiana constitui uma fonte de despesas insuportáveis que durará ainda mais dois anos. O Flamengo, sob a gestão competente de Bandeira de Melo está a dar a volta por cima mas os seus resultados no Brasileirão e na Copa do Brasil são desanimadores e as perspectivas de dias melhores lampejam apenas para um período talvez superior a dois anos. O Fluminense perdeu o seu grande patrocinador, a Unimed, e está mal das pernas, sem vislumbre num horizonte de dois anos de desempenho satisfatório, isto é, de resultados positivos em termos de conquistas de títulos. O Vasco da Gama está com jeito de candidato outra vez à Série B. Para animar a sua torcida seu presidente, o ridículo Eurico Miranda, faz atoarda em torno da contratação de Ronaldinho Gaúcho, que em fim de carreira não conseguiu titularidade em um time mediano do México.
De modo geral o futebol sul-americano está, todo ele, em fase sofrível. No início da Copa América a Argentina ganhava de 2 a 0 do Paraguai e terminou o jogo com empate de 2 a 2. Na última rodada da Copa, com seis minutos fez 1 a 0 sob a Jamaica e daí em diante jogou um futebol de extrema pobreza, quase permitindo o empate da equipe jamaicana. O Chile fez somente uma partida em que o resultado pareceu muito positivo. Foi no 5 a 0 contra Bolívia. Mas ganhar da Bolívia nada significa, pois esta é o retrato mais gritante do subdesenvolvimento futebolístico.
Com a Fifa desmoralizada. Com a CBF também moralmente esfrangalhada. Com os clubes brasileiros deficitários, rendas ínfimas, presença irrisória de público nos estádios, nível técnico das competições baixíssimo, é admirável que ainda haja, com certa frequência, algumas vibrações de torcidas. No jogo do Grêmio com o Palmeiras foi empolgante a manifestação da torcida gremista, pois mesmo com o tricolor porto-alegrense sem grande time e sem grandes resultados, foi bonita a vibração gremista. Este o grande paradoxo: em meio a tanta mediocridade ainda há lugar para entusiasmos e esperanças.
(Eurico Barbosa é escritor, membro da AGL e da Associação Nacional de Escritores, advogado, jornalista e escreve neste jornal às terças & sextas-feiras)
Nossa
realidade futebolistica q começou a partir de 94 com aquela seleçao de alguns
craques e de muito resultado. Resultado, de lá prá cá, só futebol de
resultado, brucutus!. LAMENTAVEL!. Saudaçoes st..