Fonte: GE
Nem a chuva que caiu em Macapá no fim da tarde e início da noite deste sábado (20) conseguiu afastar o público que acompanhou a inauguração da pista de atletismo e novo gramado do estádio Milton de Souza Correa, o “Zerão”. O ponto alto da festa foi a partida amistosa entre a seleções de marters do Amapá e o Zico 10, time do ex-jogador Zico, ídolo do Flamengo.
Nas arquibancadas a ansiedade era grande, principalmente de flamenguistas, que uniformizados estavam à espera do início da partida amistosa no Zerão. Teve até grupos a caráter. Parte da família do militar Pedro Junior, de 33 anos, foi uniformizada com o que chamam de “manto sagrado flamenguista”.
– É sempre bom ver o Zico jogando, mesmo depois de aposentado, porque ele será sempre o maior ídolo do Flamengo, tanto que ganhou o título mais importante do clube – disse o militar referindo-se ao campeonato mundial de clubes, conquistado em 1981.
A vinda de Zico ao Amapá também “uniu” torcedores rivais lado a lado, como é o caso dos amigos Walter Azevedo, de 57 anos, e Sebastião Belém, de 65 anos. Eles estavam com as camisas dos time de coração, Remo e Paysandu, respectivamente, para acompanhar a visita do “Galinho de Quintino”. Ambos os clubes são arquirrivais no Norte.
– A gente veio com as camisas dos nossos times de coração. Somos rivais de clubes, mas a partida uniu a gente por causa do Zico – disse o remista.
– Além do que representa para o futebol, o Zico faz parte de uma geração de jogadores que uniu mitos torcedores de clubes rivais para vê-lo jogar – concordou o bicolor.
NO GRAMADO, A FESTA
O jogo começou com os amigos do Zico colocando pressão na seleção amapaense. Após muitas jogadas de perigo o gol saiu dos pés de Athirson, que chutou de fora da área para o fundo do gol amapaense. O time da casa acordou e teve duas oportunidades de empatar a partida, uma com Germano Tiago, que perdeu o gol após tentar driblar o goleiro, e outra com Jardel, que “tirou tinta” da trave após driblar Athirson e chutar dentro da meia-lua da área, mas a bola passou pelo lado.
A pressão imposta pela seleção amapaense deu certo. Aos 18 minutos, Tiaguinho cruzou pela direita e Charles Guerreiro marcou contra empatou a partida. A comemoração não durou muito. Com uma boa jogada, a equipe Zico 10 ficou na frente novamente com o segundo gol de Athirson. Os amigos do Zico ditaram o ritmo da partida e o “dono” da equipe somou mais gol com cobrança de falta, relembrando os velhos tempos com a camisa 10 do Flamengo. O primeiro tempo terminou em 3 a 1.
No intervalo da partida, Athirson falou sobre a vinda a pela primeira vez a Macapá e contou sobre os dois gols marcados no primeiro tempo.
– Fomos muito bem recebidos aqui em Macapá, os amapaenses são apaixonados por futebol. É até engraçado jogar aqui, pois uma hora jogo no hemisfério sul e outra no norte. Sobre os gols tive a felicidade de pegar bem na bola e marcar o primeiro gol. Já o segundo fizemos uma boa jogada com o Zico e só tive o trabalho de concluir – disse Athirson, brincando com o fato de a linha central do campo ser a Linha do Equador, que divide a Terra em dois hemisférios.
O segundo tempo início equilibrado com os dois times errando muitas jogadas. Aos 10 minutos Jorginho Macapá colocou a seleção do Amapá na partida fazendo o segundo gol em um belo chute de fora da área. Após o gol a partida ficou tensa. Os ex-jogadores Germano Tiago, da seleção da casa, e Tito Coimbra da equipe do Zico foram expulsos após se desentenderem. Com mais de 60% de posse de bola a equipe do equipe Zico marcou o quarto gol com Bruno Coimbra.
O quinto gol não demorou a sair, novamente com Athirson, que marcou seu terceiro. Sem muitas forças a seleção amapaense master assistiu a equipe do Zico marcar o sexto gol com Bruno Coimbra, segundo dele na partida. Jorginho Macapá ainda diminuiu o “sofrimento” do time da casa, mas a goleada foi inevitável. O Zico 10 venceu a partida por 6 a 2.
– Foi um grande jogo. Tivemos diversas substituições e acabamos perdendo o ritmo. Mas, tive a felicidade de aproveitar uma jogada do Miranda e chutar quando o goleiro não esperava – disse Jorginho Macapá.
No final, o placar foi o que menos importou. Para o torcedor, o importante foi ver os grandes nomes do futebol do passado, fazendo um grande espetáculo no estádio do meio do mundo.