Fonte: Lancenet
A diretoria do Flamengo, enfim, encontrou um camisa 10 para chamar de seu e, principalmente, para escalá-lo.
Mas espere, tenha paciência, porque Ederson Honorato Campos, de 29 anos, chega como aposta, embora tenha tido suas qualidades reconhecidas na Europa. A desconfiança em torno do paulista de Parapuã se deve ao número de vezes que ele entrou em campo com a camisa da italiana Lazio na temporada 2014-2015: CINCO VEZES – com um gol marcado. No ano anterior, havia jogado mais, mas não muito: 22 partidas, com outro golzinho feito e uma assistência.
A Lazio não conseguiu tirar de Ederson o que ele demonstrou pelo Lyon, também por isso o presidente Claudio Lotito aceitou liberá-lo sem receber grana, como cogitara no início da negociação do Fla com o jogador.
Desde que foi vendido pelo Juventude para o Nice, em 2004/2005, aos 18 anos, Ederson tem como recorde 43 jogos disputados (isso já pelo Lyon, em 2008/2009). Uma temporada antes, ele havia se destacado na Ligue 1, o Campeonato Francês, com sete gols, mas 36 jogos. São poucos jogos se comparados aos atletas que atuam no Brasil, mas os franceses não jogaram muito mais do que as vezes em que ele entrou em campo.
O histórico recente de Ederson já seria suficiente para preocupar o rubro-negro mais otimista, mas as lembranças da última aposta furada da diretoria provocam calafrios e remetem ao nome Carlos Eduardo.
Revelado pelo Grêmio e contratado por empréstimo do Rubin Kazan em 2013, Carlos Eduardo tinha retrospecto semelhante em campo. Também por causa de lesões graves, havia jogado apenas CINCO JOGOS na temporada russa anterior – nenhum gol. Pior, em 2011/2012 simplesmente não jogara.
Na Gávea, entre meados de 2013 e 2014, fez menos de 50 jogos e marcou um único gol – na derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro, no Mineirão, pela Copa do Brasil de 2013.
Carlos Eduardo foi a pior contratação – e a primeira de peso – da gestão Bandeira de Mello porque, além da pouca produtividade, seu salário era de R$ 500 mil. Ederson não chegará como maior salário, mas as semelhanças e algumas coincidências aumentam a cautela.
Em agosto de 2010, na primeira vez com a camisa da Seleção, Ederson substituiu Neymar aos 26 minutos do segundo tempo do amistoso contra os Estados Unidos e, no primeiro lance, sofreu uma grave lesão na coxa esquerda. Saiu de campo chorando de dores e deu lugar a… Carlos Eduardo.
Em janeiro de 2014, já atuando pela Lazio, Ederson sofreu lesão semelhante, mas na coxa direita. Para cada uma delas, foram mais de seis meses de recuperação.
Em entrevista ao jornal Extra, do Rio, o médico do Flamengo José Luiz Runco disse que houve apenas coincidência e explicou que “ele teve uma desinserção do músculo posterior das duas coxas”.
Não se discute as qualidades de Ederson e o que ele pode fazer com a 10. Mas também não se questionava o talento de Carlos Eduardo, antes de ele ter uma temporada abaixo do medíocre no Flamengo. Com contrato até o fim de 2017, Ederson terá tempo para descartar as previsões ruins.