Fonte: Kleber Leite
Peço licença aos meus queridos companheiros e amigos deste blog para fugir um pouquinho do assunto que nos incomoda, que é o futuro do futebol do Flamengo, para mergulhar em algo também profundo.
No Globo.com, quem abrir a página principal vai se deparar com a seguinte manchete: “NO PAN, FLA GOLEIA TIMÃO E É O CLUBE DE FUTEBOL COM MAIS ATLETAS EM TORONTO”. Isto quer dizer que, o Flamengo, graças ao seu próprio esforço e, rigorosamente às suas custas, contribui cedendo 19 atletas que representam o Brasil nos jogos Pan-Americanos. Em qualquer país civilizado compete ao estado encaminhar a juventude para as atividades culturais e esportivas, até porque, nas grandes competições olímpicas, quem é representado é o país, e não o clube. Não fosse o esforço, pra lá de centenário do Flamengo que, entre atletas e treinadores, já chegou a ter um terço de uma delegação olímpica brasileira, o nosso país seria a maior chacota olímpica entre todos os países do mundo. Claro que, longe está o Brasil de ser uma potência nos esportes olímpicos. A bem da verdade, pela nossa população e pela nossa dimensão, houvesse por parte do estado um mínimo de seriedade e competência num programa visando bons resultados esportivos, poderíamos sim, fazer parte de um G4 olímpico. Porém, sabido é que, jamais isto foi prioridade para os nossos governantes e, não fosse por alguns clubes, entre eles e, principalmente, o Flamengo, os resultados modestos conseguidos nas competições olímpicas teriam se transformado em “mico esportivo mundial”. Aonde eu quero chegar? Simples. A conta que o governo federal aponta para o Flamengo como devedor, é uma conta falsa, injusta e vergonhosa. Para quem não sabe, no Flamengo, o único esporte superavitário é o futebol. Todos os outros esportes, eu disse, TODOS, são deficitários, isto é, o dinheiro, e muito dinheiro, sai, e nenhum entra. Não tivesse o Flamengo, ao longo dos seus 120 anos, ocupado o lugar do estado na formação dos jovens, certamente não haveria esta dívida acumulada ao longo do tempo. Um encontro de contas, sonhar não custa nada, minimizaria a vergonha para o estado e faria justiça ao clube mais popular deste país.