Chapa Azul : Promessas x Realizações

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Fonte: Magia Rubro Negra

No dia 28/08/2012 centenas de rubro-negros foram ao Teatro Leblon para o lançamento da Chapa Fla Campeão do Mundo, que depois viria a ser conhecida como Chapa Azul. O economista Wallim Vasconcellos era indicado para concorrer à presidência. Na plateia, desconhecido de todos, estava Eduardo Bandeira de Mello, que assumiria a indicação depois que se concluiu que Wallim não reunia as condições estatutárias exigidas.

Agora separados e adversários na disputa, Wallim e Bandeira são herdeiros inequívocos, para o bem e para o mal, do legado da Chapa Azul. É útil relembrar o que eles prometiam e o que eles realizaram.

Naturalmente, o que vai adiante é uma interpretação de um blogueiro que acompanhou o processo à distância. É certo que haverá quem interprete os resultados de forma diferente. O mais importante, porém, é resgatar aquelas promessas e confrontá-las com a condição atual do clube.

I – A MISSÃO/A VISÃO

Parece óbvio que a Missão, foi, de fato, cumprida à risca.

Começar o programa da chapa pela definição da Missão era uma sinalização explícita de que os tempos seriam outros. Ao incorporar um dos conceitos clássicos do planejamento estratégico empresarial (onde a Missão é a definição do objetivo fundamental de uma organização) e colocá-lo à frente de qualquer outro item, os futuros dirigentes indicavam que o clube passaria a ser gerido sob novos paradigmas, afastando-se do ambiente convencional da cartolagem.

O Flamengo de hoje é uma instituição bem mais inserida no ambiente que a cerca, com práticas de gestão mais contemporâneas.

Por outro lado, se em 2012 essa Missão parecia desafiadora, hoje parece tímida. O resgate pretendido já ocorreu. É hora de olhar para a frente.

A Missão era tímida, mas a Visão, arrojada. A Visão é o futuro da organização, onde ela pretende ir. Essa Visão, entretanto, está bem longe de ser alcançada. Nesses 3 anos o Flamengo não conseguiu ser nem o melhor time do Brasil (talvez não tenha sido nem o do Rio), que dirá das Américas. Como clube social segue deixando a desejar e ainda não é o maior formador de atletas olímpicos. Quanto ao remo, não creio que atingimos a excelência.

II – SEDE SOCIAL

Não creio que os objetivos tenham sido cumpridos fielmente. Sim, há mais sócios no clube, as concessões foram revistas, algumas pesquisas foram feitas.

Mas de uma maneira geral não há mudanças expressivas na sede, que continua aquém de outros clubes da vizinhança. Tampouco há esse plano básico de reformas em curso. Não sei se por limitações orçamentárias, mas é fato que a sede social esteve longe de ser uma prioridade da gestão que se encerra.

III – ESPORTES OLÍMPICOS

O clube foi muito bem na gestão de seus esportes olímpicos. Essa é uma das áreas de maior sucesso da gestão atual.

No entanto, não dá para dizer que as realizações estejam plenamente alinhadas às promessas.

O foco nas categorias de base foi respeitado, mas o clube teve alguma turbulência no início em relação a algum dos esportes listados como prioritários, sendo que, à exceção do basquete, o Flamengo não é protagonista absoluto nessas modalidades. Se houve o tal Grupo de Trabalho com ex-atletas do clube, ele não foi adiante ou não teve a relevância imaginada.

Um dos itens de maior sucesso nos Esportes Olímpicos – a gestão profissionalizada, a cargo de um competente diretor contratado – sequer era mencionada no programa. E os projetos incentivados, outro grande sucesso, eram citados de forma tímida.

IV – REMO

O programa da Chapa várias vezes se referia ao remo e tinha um capítulo especial sobre esse esporte. Para a imensa maioria da torcida rubro-negra, o remo é uma grande incógnita, mas dentro do clube ele tem uma relevância muito expressiva, a começar pelo nome da instituição e pela garantia estatutária de que os investimentos nesse esporte são obrigatórios.

Confesso: eu não sei quase nada sobre o remo. Estive algumas vezes no Estádio de Remo, a maioria em festas/churrascos e uma vez a convite do meu amigo José Maria Sobrinho, que no começo dessa gestão chegou a ser VP dessa pasta.

Para me informar, fui dar uma olhada no site oficial do clube. Mesmo ali é difícil saber o que se passa com o remo. É necessário entrar na página dos Esportes Olímpicos, depois procurar a seção do remo. É possível ler notícias sobre remadores do clube que competiram nos jogos Pan-Americanos. Aliás, a maior parte das notícias é de atletas do clube em competições individuais internacionais. Só na 2ª página é possível saber de algumas competições onde o clube triunfou.

Comparando com o arquirrival do clube na modalidade, na página do Vasco o destaque dado ao remo é parecido – ou seja, discreto – mas ao menos é possível descobrir o calendário das competições, a história da modalidade e sua importância na construção do clube, os títulos conquistados, a equipe técnica atual. No Flamengo, nem isso. Tive dificuldades até para descobrir quem é o atual VP de Remo. Na década passada ele já foi VP de Futebol e candidato a Presidente, foi uma surpresa descobrir que ele faz parte da atual gestão.

Eu não sei dizer se o remo vai bem ou não, muito menos se algumas dessas promessas foram cumpridas, mas de uma coisa não tenho dúvidas: o remo pode ter tido destaque no material de campanha, porém seguiu sendo um esporte de nicho e sem qualquer protagonismo na atual gestão. Talvez, quem sabe, essa seja a vocação do esporte, vai saber!

Só penso que não custava muito dar uma ligeira melhorada na informação acerca do Clube de Regatas, porque qualquer um de nós sabe de cabeça todos os títulos conquistados na terra, mas os disputados no mar viraram um grande ponto de interrogação.

V – MARKETING

Eis aí uma área onde, além de ter mudado da água para o vinho, a maioria das promessas de campanha foi posta em prática, ainda que nem todas exatamente como desenhado e algumas foram deixadas de lado. Vamos uma por uma.

• O Flamengo retomou do Corinthians o posto da marca mais valiosa do Brasil e é o clube que mais arrecada com patrocínios.
• Não sei dizer se houve o tal Plano Diretor de Marketing. Se houve, não foi divulgado.
• Não foi criada uma “Central de Relacionamento com Torcedores”, tampouco houve uma evolução na Ouvidoria, onde não é possível saber sequer o nome do responsável.
• Foi criado um “ambicioso” programa de sócio torcedor, que embora não seja o que reúne a maior quantidade de sócios, gera uma das maiores receitas líquidas para o clube em comparação com os rivais – senão a maior.
• O projeto “Nação Rubro-Negra” pode não ser a principal fonte de recursos do clube – ainda – mas é relevante e tende a ampliar sua participação na arrecadação.
• O clube criou projetos específicos de financiamento de unidades operacionais, como o “Anjo da Guarda”.
• O clube aumentou muito tanto a receita quanto a quantidade de patrocinadores. Hoje há patrocínios específicos até para uniformes de treinos.
• O clube divulga a cada trimestre a arrecadação do programa Nação Rubro-Negra e os custos da gestão terceirizada do programa. O Anjo da Guarda, até por conta das exigências legais, além da informação do balancete, tem prestações de contas pormenorizadas.
• Ídolos do clube são bastante utilizados em eventos (cá entre nós: Bebeto??? tsc, tsc…);
• O Flamengo fortaleceu sua rede de vendas de materiais oficiais.
• Redes sociais se tornaram uma obsessão da atual gestão – até exagerada, a meu ver.
• Não sei dizer se houve um Núcleo de Gestão do Conteúdo, nem exatamente o que isso significava.

Claro que, como em qualquer negócio, sempre há oportunidade de melhorias. Contudo, o Flamengo deu um salto de qualidade indiscutível.

VI – ADMINISTRAÇÃO/FINANÇAS

O clube não avançou em sua gestão patrimonial. O CT continua inacabado, o Morro da Viúva foi afetado pela crise do grupo empresarial do Eike Batista, São Conrado segue indefinido.

A área jurídica tanto merece aplausos efusivos como vaias estridentes. Se por um lado o clube reduziu substancialmente suas contingências legais e tem a gestão dos seus processos sob controle, por outro o Jurídico foi responsável pela maior barbeiragem da história recente do clube, ao validar a escalação do André Santos contrariando o entendimento do STJD e até mesmo de advogados do clube, como se ficou sabendo pelo vazamento de mensagens do Dr. Assef Filho. O mais incrível é que até hoje ninguém fez uma autocrítica ou pediu desculpas por um episódio que quase rebaixou o clube.

É difícil, sob a perspectiva de um torcedor, avaliar o que de fato ocorreu na gestão de Recursos Humanos do clube. Aqui deve valer o ditado americano “No News, Good News”. Não houve notícias de turbulências nesses 3 anos, portanto não deve ter mudado muita coisa. Vale lembrar que o presidente do Sindicato dos Empregados em Clubes é funcionário do Flamengo, José Pinheiros do Santos, Dr. Runco também é dirigente por lá. Se nada de ruim aconteceu, nada de especial parece ter acontecido. O site oficial não informa a implantação de qualquer plano de cargos e salários ou de uma área gestora. O organograma de RH constante do site oficial é simplesmente esse:

organograma-flamengoJá em Finanças não há outra nota senão 10, com louvor. É curioso que o setor que é o símbolo da gestão atual tenha tido uma presença tão reduzida nas promessas de campanha, espremida entre RH e TI. E aqui tudo foi cumprido à risca, tintim por tintim. Querem ver?

• Não sei dizer se há um Plano Diretor de Finanças de modo estruturado, mas há um planejamento e uma estratégia óbvia a nortear o departamento, inclusive com a decisão arriscada de trocar o perfil da dívida e dos credores.
• Todas as dívidas encontradas foram revistas e renegociadas. Aliás, uma das primeiras medidas da nova gestão foi realizar uma auditoria cujo objetivo não era punir ou expor antecessores, mas sim tirar esqueletos do armário e passar a lidar com eles de forma responsável.
• A Lei de Responsabilidade Econômica e Financeira tem duas vertentes: primeiro, foi incorporada espontaneamente ao Estatuto Social, institucionalizando um novo padrão de governança no clube; depois, o clube foi protagonista na mudança do marco regulatório do futebol brasileiro, liderando ao lado do Bom Senso as negociações institucionais que resultaram na edição da MP do Profut.
• Austeridade foi a palavra mais empregada nesses 3 anos e evoluímos bastante em transparência, sendo que a prestação de contas trimestral não se faz apenas para o Conselho Fiscal, mas de forma pública.
• O clube cumpre suas obrigações religiosamente em dia.
• O orçamento é aprovado em um processo de amplo debate no Conselho de Administração e sua execução é controlada não apenas pelo Conselho Fiscal, como agora também pelo Conselho Deliberativo (uma notinha pessoal: como assessor da Comissão de Finanças do Conselho de Administração e membro da Comissão de Finanças do Conselho Deliberativo, participo dos rituais de aprovação e controle de execução e sou testemunha de como esse processo é criterioso e democrático).

Enfim, a gestão financeira do Flamengo é para ser aplaudida de pé. Em 2 anos e meio é simplesmente um outro clube.

Em TI, outro item de difícil avaliação. Do lado de cá do balcão, isto é, do ponto de vista do associado, há avanços, como a criação do Portal do Sócio, mas muito pouca coisa se resolve por ali. Sócios que, como eu, tem dificuldade de ir a sede, quase nada conseguem resolver à distância, exceto pagar. Ouço dizer que o clube estaria implantando um PDI (Plano Diretor de Informática), mas é o tipo de informação que não chegou ao associado.

Como se vê, há uma deficiência clara na hora de se comunicar com o associado e com o torcedor, porque muitas coisas que a gestão possa ter feito a gente nem teria como saber. Mas aqui não se pode culpar os dirigentes, porque nas promessas de campanha não há uma linha sequer sobre comunicação. Isso já não parecia importante na eleição e foi desimportante na gestão.

VII – FUTEBOL

Na ordem do material de campanha o futebol não estava no fim, mas eu deixei de propósito porque foi assim que para boa parte dos torcedores ele pareceu estar nesse período, no final da fila das preocupações e prioridades.

Com regularidade me faço algumas perguntas:

• Será que os dirigentes estão satisfeitos com a gestão do futebol no período?
• Será que consideram que tomaram as melhores decisões?
• Será que julgam que o desempenho do clube esteve à altura dos investimentos realizados?

A julgar pela atitude deles e de seus apoiadores mais fiéis, a resposta é sempre sim. Em momento algum se ouviu qualquer manifestação de que algo poderia ter sido diferente.

Mesmo com esse mito da infalibilidade que os dirigentes atuais cultuam, é interessante concluir que o conjunto das promessas foi muito diferente da execução, evidenciando a distância entre desejo e realidade.

A primeira promessa era justamente tornar a gestão do futebol 100% profissionalizada e nem de longe se chegou a esse ideal. Ao contrário, o futebol foi gerido por um conselho de dirigentes amadores. O que no início parecia uma boa ideia acabou se revelando uma frustração, tanto assim que atualmente o modelo sequer é defendido. E embora o futebol tenha tido executivos contratados (na verdade, 3 deles, o que mostra uma falta de convicção nas escolhas), isso não é novidade na história do clube, desde os tempos vitoriosos de Domingos Bosco. Aliás, quando a promessa de campanha foi escrita, o futebol era gerido pelo ex-jogador Zinho, que aparentava ter mais autonomia do que seus sucessores.

A Chapa propôs criar e adotar um Código de Conduta para todos os profissionais, envolvendo seriedade, dedicação, profissionalismo e respeito à entidade. Houve evolução no comportamento público dos jogadores, se comparados aos antecessores como Bruno, Adriano e Ronaldinho. Mas também houve relatos reiterados de comportamento inadequados de atletas. E esse Código de Conduta, se foi criado, é desconhecido.

Não é possível dizer se a estrutura de remuneração por resultados condicionada ao atingimento de metas chegou a ser implantada, nem que se o clube concedeu aos atletas participação nos contratos de patrocínio. Embora isso não tenha vindo a público, é razoável desconfiar que a remuneração continua parecida com o modelo convencional do futebol, que há muito pratica incentivos para títulos e/ou vitórias (o vetusto “bicho”).

A chapa prometeu um item chamado “controle e gestão da inteligência sempre próprios“. Não sei ao certo o que isso significa em um departamento de futebol, nem a relevância de ser “próprio”. Tampouco me lembro de qualquer iniciativa em busca dessa promessa.

Havia um detalhamento sobre as cláusulas contratuais. Realmente, foi noticiado que o Flamengo alterou o padrão de contrato adotado com seus jogadores e não houve qualquer episódio que coloque em risco o passivo futuro – o único episódio turbulento foi a saída de Renato Abreu, recentemente encerrado por acordo. Nesse item, o clube atingiu os objetivos desenhados.

A chapa se propunha a contratar “grandes estrelas/craques”, como uma forma de alavancar receitas e cativar jovens torcedores. Levamos 2 anos e meio para que esse objetivo fosse colocado em prática com a chegada de Paolo Guerrero e nem dá para dizer que foi por falta de dinheiro. Carlos Eduardo, por exemplo, custava mais ou menos o mesmo que Guerrero. O gasto do clube sempre foi elevado (em 2014, por exemplo, foi o 7º mais alto do país). Entre craques que custam uma fortuna e apostas que custam barato, o clube escolheu o caminho do meio: jogadores caros, mas de desempenho mediano. O sucesso instantâneo de Paolo Guerrero deve ajudar os dirigentes a se manterem fiéis ao que prometiam em 2012, ou seja, ter estrelas que contribuam para um círculo virtuoso.

Como qualquer candidatura da nossa história recente, a Chapa Azul prometeu o estado da arte no que se refere a um estádio: teríamos o Maracanã + a Gávea para 20 mil torcedores + arena multiuso no Ninho do Urubu para 50 mil torcedores. Tudo isso em 3 anos.

Como se vê, não temos nada disso.

• No Maracanã temos um contrato do qual o clube parece se arrepender de tê-lo firmado, porque o critica com frequência.
• Na Gávea não temos nada – ou melhor, temos jogos das categorias de base e ainda assim porque torcedores fizeram uma vaquinha para comprar bancos de reservas e placar, porque senão nem isso teríamos.
• Nem se falou em arena multiuso no Ninho do Urubu. Falou-se, sim, em uma arena multiuso na Gávea, não para 50 mil pessoas, mas para 3.500. E até o momento o projeto segue pendente de aprovação.

Não creio que seja o caso de colocar a culpa nos dirigentes por nenhuma de suas promessas ter se realizado. Há uma espécie de delírio coletivo a cada 3 anos no clube, como se um tema dessa magnitude pudesse ser resolvido com soluções simples. Depois tudo cai no esquecimento – ou, ao menos, não há uma dedicação permanente para tentar encontrar um caminho. Enfim, com a eleição chegando, o tema voltará a pauta, invariavelmente.

A chapa também se propunha a finalizar o CT, o que seria possível fazê-lo com investimentos de até R$ 4 milhões. O CT, como todos sabemos, está muito longe de ser finalizado. E as obras necessárias custam bem mais do que R$ 4 milhões, porque se custassem tão pouco, bastava tomar um empréstimo e resolver o problema de uma vez por todas.

Aqui, mais do que o disparate entre a promessa e a realidade, chama atenção o fato de que R$ 4 milhões pode não dar nem para a saída, mas a finalização do CT é algo que definitivamente cabe dentro do orçamento, claro que com algum planejamento e escolhas de prioridades. É um mistério que um tema tão relevante venha sido relegado a segundo plano por sucessivas gestões nos últimos 30 anos.

Quanto a retomada do projeto “Craque o Flamengo Faz em Casa”, não há nenhum avanço significativo nas categorias de base, que não conquistou nenhum título de expressão no período, não tem a infraestrutura do CT ao seu dispor e não tem a gestão alinhada com as “premissas do negócio futebol”. Nada mudou, nem mesmo o diretor responsável, que é o mesmo da gestão anterior – e isto não é uma crítica, mas apenas uma constatação.

VIII – DIRIGENTES/CONCLUSÃO

A chapa dos “maiores executivos e empreendedores do Brasil” acabou sendo bem diferente da composição da diretoria.

• Wallim Vasconcellos – era candidato a presidente, por problemas estatutários foi substituído, foi VP de futebol, depois VP de Patrimônio e vai se lançar novamente, agora rompido com a presidência.
• Luiz Eduardo Baptista, o “Bap” – VP de Marketing até o início de 2015, foi a figura de maior destaque, na campanha e na gestão. Era a maior liderança da chapa, foi a maior liderança da diretoria, agora é a maior liderança da dissidência.
• Rodolfo Landim – VP de Planejamento no clube, atuou mais nos bastidores, com menos visibilidade que os colegas de diretoria. Está do lado dos dissidentes.
• Flavio Godinho – ficou apenas 6 meses na diretoria, se desentendeu com os demais e se afastou.
• Gustavo Oliveira – VP de Comunicação, muito ligado ao Bap, foi bastante atuante.
• Carlos Langoni – diziam que seria o responsável pela renegociação da dívida do clube, porém mal foi visto esse tempo todo.
• Rúben Osta – Só foi notado na campanha, por conta de uma manifestação interpretada como ofensiva ao Conselho de Administração. Depois, em 2014, reapareceu para comprar briga publicamente com Marcio Braga. Seu papel parece ser o de chutar canelas, mas não teve qualquer participação no dia-a-dia do clube. No entanto, se não me falha a memória, é de autoria dele um termo que marcaria para sempre a política do Flamengo: “corja”.
• David Zylberstajn, Sergio Brandão, Rômulo de Mello, Frederic Kachar – não tiveram qualquer participação na gestão.

Em compensação, a começar pelo presidente Eduardo Bandeira de Mello, figuras de muita relevância nessa gestão sequer foram lembradas no momento da campanha. Rodrigo Tostes, Alexandre Wrobel, Alexandre Póvoa, Rafael Strauch, Flavio Willeman, Claudio Pracowinick e outros que realmente carregaram o piano. Com a vantagem da visão em retrospectiva, é o caso de perguntar: o Flamengo estaria melhor ou pior se aqueles executivos ocupados tivessem assumido compromissos com a gestão? Ou será que a maioria deles nunca chegou a cogitar participar da gestão, apenas emprestando sua imagem para ampliar a credibilidade da chapa?

Enfim, passados 2 anos e meio, dá para dizer, sem medo de errar: o Flamengo, sim, melhorou. Mas não do jeito que diziam que ele ia melhorar, nem pelos meios que se imaginavam os adequados para essa melhora.

Como outra eleição se aproxima, é de bom tom que as promessas de campanha tenham um pouco mais de pé no chão, para que a gente não durma sonhando com uma arena para 50 mil espectadores no Ninho do Urubu e acorde com o goleiro carregado em um carrinho de mão. Administrar o Flamengo é difícil, a gente já sabe. Podem falar a verdade para a gente numa boa.

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  • Ou seja, o tal time campeã de tudo que montariam em 2016, ira ficar pra 2050… E tem babacas que aplaudem isso. Gostam de ser chacotas no futebol, freguês do Vasco e puta preferida das galinhas de minas.. Pq vê o Atlético ja fica de 4.

  • Eu acredito no trabalho do EBM.
    Trabalhou com honestidade e pé no chão, ele merece mais um mandato!

  • Não é verdade os melhores dirigentes estão ao lado do Walim e BAP, Rodrigo Tostes e Alexandre Póvoa.

  • Daqui para eleição eu gostaria de saber qual a proposta do EBM, pq a proposta da chapa azul Walin/Bap já conhecemos !

  • Excelente matéria e iniciativa. Obviamente não concordo a risca com tudo, independente disso, o trabalho foi excelente.

  • o wallim nao conseguiu contratarbons jogadores imagina administrar o MAIORDO MUNDO.EBM deu uma aula a todos ex-presidentes como gestar o MENGAO

    • Estamos vendo a gestão exemplar… Jogadores boicotando diretoria, fregueses do Vasco e levam duas coças em media por ano das galinhas de minas… SRN

  • BOA MATERIA POR MOSTRAR O PROGRAMA QUE NÃO ESTAVAM ACESSIVEL AO
    TORCEDOR COMUM, NÃO ASSOCIADO AO CLUBE, JA QUE ESSE PROJETO NÃO FOI MOSTRADO NA INTERNET OU JORNAIS. O QUE LEMBRO BEM, É QUE ELES DISSERAM QUE IRIAM MORALIZAR O CLUBE. MAS QUE TB, PELO SEU ESTADO FALIMENTAR (750 MILHÕES EM DIVIDAS + PROCESSOS NA JUSTIÇA) QUE A CAMINHADA EXIGIRIA MUITOS SACRIFÍCIOS. FOI DURA E ESTA SENDO DURA AINDA, ATUALMENTE JA RESPIRAMOS SEM AUXILIO DE APARELHOS E COMEÇAMOS A DAR PASSOS TÍMIDOS PELA NOSSA AREA. CONSIDERO POR ISSO, NÃO UM PROJETO ACABADO, CUMPRIDO, ISSO SERIA IMPOSSÍVEL EM TÃO POUCO TEMPO.MAS UM PROJETO PLAUSÍVEL, EM FRANCA REALIZAÇÃO.MUDANÇAS DE RUMOS, RECUOS AS VEZES SÃO NECESSÁRIOS, É ESTRATÉGICO DIANTE DE NOVAS SITUAÇÕES, AFINAL, ATE NAPOLEÃO JA USAVA ISSO PARA VENCER SUAS BATALHAS.CREIO QUE POSSO USAR UMA IMAGEM PARA O NOSSO MOMENTO: _"UMA BOLA DE NEVE PEQUENA, QUE COMEÇOU A ROLAR MONTANHA ABAIXO, AGREGANDO MASSA, CRESCENDO E ACELERANDO.pELO ANDAR DAS COISAS… SAI DE BAIXO PQ AÍ
    VEM MENGÃO AVASSALADOR.SRN

  • Discordo da análise da Visão. A visão de uma instituição não tem data para ser cumprida e, por isso, não pode ser analisada como cumprida ou não no termino desta gestão. Temos que analisar se o clube está caminhando para que a visão seja cumprida e isso é inegável. Na minha opinião a análise foi imediatista, o que eu discordo.
    No mais, parabéns pelo texto, achei muito bom. SRN-ST.

  • Muito boa a matéria. Também torço para o EBM continuar

  • Esta foi a matéria mais imparcial que vi até agora em termos de Política do clube. Gostei bastante das avaliações. Fico com Bandeira. Ele não é infalível e é muito passível de críticas, principalmente porque está lá. Acho que mais um triênio fará muito bem ao Flamengo, só não gosto da idéia do conselho gestor no futebol.

  • Parabéns pela matéria, muito show msm. Essa parte final ficou claro que os que realmente lutaram pelo clube e continuaram até o final, são os mesmos que estão ao lado do Bandeira. Então melhor que eles continuem. Bandeira Presidente. SRN

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